Europa: um destino para exportação de biodiesel?


Apesar do protecionismo e das incertezas, há espaço para exportar biodiesel para a Europa, em função da projeção de aumento de consumo no continente. A conclusão é da palestra do head da Linha de Negócios Functional Solutions da Evonik, José Berges, que falou nesta segunda-feira (1º), na 8ª Conferência BiodieselBR, em São Paulo.



Segundo Berges, em 2010 e em 2011, a Europa consumiu 12 milhões de toneladas de biodiesel, das quais metade foi importada e metade, produzida no continente (que ainda exportou 3 milhões de toneladas). Em 2012, o volume demandado será praticamente o mesmo (12,5 milhões), mas, para 2020, a previsão legal é de que sejam consumidas 20 milhões de toneladas, o que mostra espaço para um grande aumento do combustível importado.



No entanto, o executivo observou que atualmente a produção e o consumo de biodiesel na Europa estão estagnados, em função da crise econômica, do grande volume importado da Argentina e da Indonésia (no caso da produção), e do princípio legal da dupla contagem do insumo fabricado a partir de resíduos (óleo de cozinha usado e gordura animal, por exemplo), que acaba por diminuir o volume utilizado. Por esse princípio, se a mistura obrigatória de biodiesel na gasolina em determinado país europeu for de 5%, por exemplo, o volume adicionado do combustível feito a partir de resíduos será de apenas 2,5%. Isso ainda pode gerar uma distorção dos preços do insumo, fazendo com que o biodiesel de óleo de cozinha usado às vezes seja vendido a um preço maior do que o biodiesel de óleo virgem.



De acordo com Berges, os preços pagos pelo combustível na Europa variam de acordo com as propriedades físicas (matéria-prima) e o potencial de redução dos gases de efeito estufa. Hoje, a exigência mínima é que o biodiesel reduza em 35% a emissão de gases em relação ao diesel mineral, percentual que deverá ser de 50% em 2017 e de 60% em 2018. Isso traz vantagens para algumas matérias-primas, como a canola, por exemplo, e gera a exigência de que os exportadores de biodiesel apresentem certificações comprovando que seu produto alcança esse percentual.



“O que precisa para exportar biodiesel para a Europa é, fundamentalmente, ter qualidade, certificação e preço competitivo (conseguido através de uma logística eficiente e de uma política fiscal adequada)”, finalizou o executivo da Evonik, que acredita que melhorar o mercado interno de biocombustíveis no Brasil pode ser uma forma de tornar o produto nacional mais competitivo no continente europeu.

Divulgação Evonik
Divulgação Evonik