O ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble, assegurou neste domingo (22) que os países europeus vão dar prosseguimento à reforma estrutural do Fundo Monetário Internacional (FMI) que prevê uma maior participação de países emergentes nos processos de decisão.
Em sua declaração, o ministro alemão também destacou que, ao contrário da Europa, os Estados Unidos ainda não se manifestaram a respeito da implementação da reforma. "A Europa terá finalizado as reformas acordadas até outubro. Faremos o que foi prometido", afirmou o ministro alemão.
Segundo a imprensa alemã, a declaração de Schäuble é uma resposta às críticas do ministro da Fazenda brasileiro, Guido Mantega. Durante o encontro do FMI, na semana passada, em Washington, Mantega manifestou preocupação com o ritmo lento da redistribuição das cotas de decisão, acertada em 2010 pelo Fundo.
"Não vamos colocar mais recursos (no FMI) para beneficiar os países avançados caso não haja comprometimento para levar adiante as reformas já decididas", afirmou o ministro em entrevista coletiva na última sexta-feira (20). Ele lembrou também que os parlamentos dos países do fundo têm apenas seis meses para ratificar as reformas.
Arrecadações do FMI
O FMI anunciou que conseguirá arrecadações no total de US$ 430 bilhões de seus membros. O valor ultrapassa a meta de US$ 400 bilhões, estabelecida pela diretora-gerente da instituição, Christine Lagarde, e aumenta o poder de fogo do fundo para lidar com a crise econômica.
No total, foi confirmado um aporte de US$ 362 bilhões de 12 países e do grupo da zona do euro. Já o valor exato da contribuição dos países do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) não deve ser anunciado antes da reunião do G20 (grupo das principais economias emergentes e avançadas), no México, em junho.
Em um comunicado, Lagarde afirmou, entretanto, que os membros do Brics, em conjunto com outros países asiáticos, indicaram que concederão US$ 72 bilhões à instituição.
Segundo Mantega, os US$ 430 bilhões são um valor global com o qual todos concordam, inclusive o Brics. No entanto, ele ironizou o cálculo do FMI a respeito da contribuição dos países que ainda não divulgaram o valor exato do seu aporte.
"Isso é muito curioso. Deve ser matemática transcendental. Vai ver que tem uma bola de cristal em que eles adivinham", comentou Mantega. Ele ainda afirmou que a estratégia da demora em definir o montante do aporte financeiro dos emergentes é porque "as nossas demandas podem ser melhor atendidas" se o grupo só anunciar seus recursos mais para frente.
* Com informações da Agência Brasil