“A crise econômica mundial passou – estamos de volta à normalidade. Os tempos difíceis para a economia exportadora alemã chegaram ao fim. As exportações do país se reanimaram ao longo do ano e atingiram um crescimento de 2%. No ano que vem, a expansão deve aumentar a 4%.” A afirmação é do diretor de Comércio Exterior da Confederação Alemã das Câmaras de Comércio e Indústria (DIHK), Volker Treier, em relatório sobre a conjuntura mundial em 2013 e 2014, elaborado pela entidade.
Ainda de acordo com Treier, nos países em desenvolvimento os negócios estão um pouco melhores, os mercados na Europa se recuperam e os EUA continuam sendo uma âncora de estabilidade para as vendas externas da Alemanha. O comércio mundial, segundo o relatório, vai crescer 3,8% em 2013 e 6% em 2014, e, neste ano, os EUA cairão para o terceiro lugar entre os países exportadores, perdendo sua posição para a Alemanha, que poderá manter essa vice-liderança também no ano que vem. Esse resultado é devido, entre outras coisas, ao euro novamente fortalecido.
O crescimento da economia mundial, acredita o DIHK, ficará em 2,8% em 2013, o menor patamar desde 2009. De um lado, as economias europeias estão recém saindo da crise e, de outro, o antes exuberante ritmo de expansão das nações em desenvolvimento afrouxou-se visivelmente. “Os países do BRICS precisam repensar seus modelos de desenvolvimento e colocar reformas em prática. A China já está em meio a uma mudança de curso, e a Índia e o Brasil estão pelo menos se esforçando para melhorar suas condições locais”, destaca Treier.
Para ele, neste sentido a Europa e os EUA estão um passo à frente: no que se refere a privatizações, custos trabalhistas (na Europa) e custos de energia (nos EUA) ambos se tornaram mais atrativos. A zona do euro está se vendo livre da recessão, e no ano que vem deve, juntamente com a União Europeia como um todo, alcançar um crescimento do PIB. “Com isto, a Europa voltará a impulsionar a economia mundial. Os EUA vão experimentar um ritmo maior de expansão, e a economia mundial deverá crescer 3,7% [em 2014]. Os países em desenvolvimento irão contribuir menos com esse desempenho do que de costume, e quase se pode falar de um renascimento dos países industrializados tradicionais”, afirma Treier.
Mercados para a Alemanha
Em relação ao ranking dos dez mercados mais importantes para as exportações alemãs, o relatório do DIHK mostra que na disputa entre os EUA e a China pela primeira posição fora da União Europeia, a balança está atualmente pendendo para o lado norte-americano. E a distância entre os dois países na disputa tem aumentado – o possível acordo de livre comércio com os Estados Unidos pode consolidar ainda mais sua vantagem. Em 2015, os EUA devem ultrapassar a marca dos € 100 bilhões em compras da Alemanha, ficando em segundo lugar no ranking geral, logo após a França.
O estudo destaca que outros mercados também ganham importância no comércio exterior alemão: as exportações para o México, o Chile, a Coreia do Sul e a Turquia têm crescido acima da média. A Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático, da qual fazem parte Cingapura, Indonésia e Tailândia, entre outras) continua sendo uma região dinâmica para as vendas dos produtos “Made in Germany”. Além disso, voltam a ganhar impulso, paulatinamente, as vendas para a Europa, as quais podem alcançar, pelas previsões do DIHK, um crescimento superior a 2,5% em 2014.