A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou nesta segunda-feira (1) a Sondagem Especial Exportações Industriais, pesquisa realizada entre 31 de março e 14 de abril deste ano, com 1.569 empresas exportadoras de todo o País.
Segundo o diagnóstico revelado pelo estudo, 48% das empresas exportadoras viram cair a participação das vendas externas no seu faturamento. Em 2010, essa participação alcançou 20%, contra 26% em 2008, quando foi feito o último levantamento.
A redução pode ser explicada pela baixa rentabilidade das vendas externas, prejudicadas pela valorização do real e pela atual situação desfavorável do mercado externo, sobretudo se comparado com o cenário econômico nacional. Para o gerente-executivo da Unidade Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, é justamente a alta do real o fator agravante da perda de mercados. “Aos problemas sistêmicos, como custo tributário, infraestrutura precária, baixa qualidade da educação, crédito caro, somou-se a valorização cambial, que encolheu ainda mais o mercado”, explica.
Mesmo diante do quadro negativo, 66,3% das empresas que realizaram exportações no ano passado pretendem continuar investindo na atividade. Entre as grandes companhias, 67% informaram que vão manter os mesmos níveis de investimento realizados em 2010.
Dentre as empresas que pretendem continuar exportando, 47% preveem que a situação se mantenha estável. Outros 29% acreditam que haverá aumento no volume de exportações, enquanto 24% apostam em quedas no faturamento.
Conforme revelaram à pesquisa, mais de dois terços das empresas estão adotando como estratégia a ampliação de vendas externas e 37% apostam na busca por novos mercados. No caso de grandes companhias, a opção mais viável é a redução de custos ou o aumento da competitividade.
A Sondagem ainda aponta o Brasil como oitava maior economia do mundo, e o 20º entre os maiores exportadores, mas quando se consideram apenas produtos manufaturados, o País cai para a 28º posição. A CNI acredita que o Brasil necessita reverter esse quadro para aproveitar melhor as oportunidades de comércio internacional, já que, de acordo com a pesquisa, “as empresas exportadoras estão mais expostas à competição, tendem a ser mais inovadoras e disseminam ganhos de competitividade no mercado doméstico”.