Fusões e aquisições envolvendo empresas de mineração brasileiras diminuíram 66% no primeiro semestre de 2014, indica o Mergers, Acquisitions and Capital Raising in Mining and Metals 1H 2014, estudo semestral da Ernst & Young (EY) que apresenta resultados globais para o setor de mineração.
De acordo com o levantamento, no primeiro semestre de 2013 foram realizadas seis transações, enquanto na primeira metade de 2014, apenas duas. Além disso, o valor total das aquisições caiu drasticamente, de US$ 631,6 milhões em 2013 para US$ 1,42 milhão em 2014.
O estudo aponta que essa queda é uma tendência mundial. Resultados globais indicam que o volume de negócios caiu 34% na comparação anual, de 386 para 254 negócios no total. Enquanto o valor total caiu 69%, de US$ 53,8 bilhões para US$ 16,7 bilhões.
Durante o primeiro semestre, apenas quatro negócios superaram o valor de US$ 1 bilhão. A maioria dos negócios, 87% do total, envolveu transações inferiores a US$ 50 milhões e correspondeu 9% do total, em valor.
A prévia semestral indica que o acumulado anual deve apresentar queda de 25% a 35%. “Entre 2010 e 2013, as fusões e aquisições em mineração sempre superaram os US$ 120 bilhões. De agora em diante, não esperamos uma queda maior, mas o ano deve ser ruim”, afirma Vicktor Andrade, sócio líder em Fusões e Aquisições da EY.
A falta de clareza sobre o crescimento da demanda global continua representando um grande desafio para a indústria de aço, carvão metalúrgico e minério de ferro. O ouro ainda é a commodity mais desejada, responsável por mais de um terço do volume total de negócios do primeiro semestre. Incerteza sobre a demanda chinesa somada às baixas nos preços de minério de ferro e carvão diminuiu o apelo desses segmentos para investimento. A análise da EY antecipa interesse elevado em níquel e cobre movido por uma perspectiva de melhora no preço dessas commodities.
O volume de negociações deve aumentar, mas com foco em transações de baixo risco pelo restante de 2014. A indústria está aguardando a estabilização dos preços de commodities antes de tomar decisões mais aventureiras.
“Com recuperação gradual dos mercados europeus e norte americano e desaceleração em países emergentes, o ambiente macroeconômico é mais complexo hoje. Por isso, as empresas preferem agir com cautela em seus negócios”, finaliza Andrade.