Um ano após o acidente com o Costa Concórdia na Itália, um estudo da Allianz revelou que foram reportadas 106 perdas de navios até 25 de novembro de 2012 em todo o mundo. O número representa um acréscimo de 91 navios perdidos em relação ao ano anterior, mas ainda é 27% menor que a média anual de 146 embarcações nos últimos dez anos.
No relatório anual “Safety and Shipping Review”, a seguradora alemã destaca a evolução da segurança do transporte em 2012. O ano foi marcado por duas grandes perdas: o Costa Concordia, na Itália, em 13 de janeiro, e o Rabaul Rainha, em Papua Nova Guiné, em 2 de fevereiro, que causaram diversas mortes.
O naufrágio (afundamento ou submersão) foi a causa mais comum das perdas no ano passado (49%), seguido de soçobramento ou encalhe (22%). As colisões, tais como a que envolveu o Baltic Ace e o Corvus J, no Mar do Norte, no início de dezembro de 2012, responderam por um número relativamente pequeno de perdas (6%).
O relatório destaca que o erro humano continua a ser uma das principais causas dos acidentes e que a fadiga, formação inadequada dos tripulantes, bem como as pressões econômicas, são motivos de preocupação.
“Em algumas empresas, especialmente nos setores de carga a granel e petróleo, há poucos recursos para a manutenção das embarcações e treinamentos”, justifica o chefe de marinha de casco da Allianz Global Corporate & Specialty (AGCS), Sven Gerhard.
Para diminuir esses riscos, algumas regulamentações focaram na fragilidade humana, como foi o caso da Convenção do Trabalho Marítimo, que entra em vigor neste ano e trata do bem-estar e das condições de trabalho no mar. Já as principais montadoras de embarcações de passageiros implantaram procedimentos próprios em conjunto com a Associação Internacional de Linhas de Cruzeiros e o Conselho Europeu de Cruzeiros que vão além dos requesitos de segurança internacionais.
O estudo ainda informa que, com 30 perdas reportadas, houve o dobro de acidentes marítimos concentrados nos mares do sul da China, sudeste de Ásia, Indonésia e Filipinas. As perdas de navios também foram mais frequentes no leste do Mediterrâneo e no Mar Negro (15 perdas em 2012) e nas áreas em torno do Japão, da Coreia e norte da China (10 perdas).