Como parte do seminário de abertura da 17ª edição da FCE Pharma – exposição internacional de tecnologia para a indústria farmacêutica, que começou nesta terça-feira (29), o tema “a nova indústria farmacêutica e importância do mercado brasileiro” foi apresentado e abordado pelo Gerente de Produto da Glaxosmithkline, Vinícius Bergamim. Sobre o assunto, ele apontou as principais oportunidades e os desafios do setor no Brasil.
O País está se posicionando entre os seis maiores mercados farmacêuticos do mundo, e a expectativa é de que esteja consolidado na sexta posição até 2015. O crescimento vem se acentuando desde 2005, quando ainda era a décima nação nesse ranking. “O Brasil já é um big player, isso já deixou de ser tendência e hoje é fato”, afirma Bergamim.
Mudanças no cenário competitivo nacional fazem pressão sobre a margem de lucro das companhias, gerando impactos nas estratégias de negócios. Para Bergamim, esse é um dos principais desafios que o setor tem pela frente.
Entre os fatores que fazem parte dessas mudanças, ele aponta os mais relevantes: maior participação do governo na compra de medicamentos e ampliação da assistência farmacêutica nos programas de saúde suplementar, ocasionando a concentração de compradores e um aumento do seu poder de negociação. Além disso, há os altos custos de mercadorias e estocagem, os altos impostos de importação, o surgimento de novos players e a consolidação do varejo com fusões.
Com muito mais importações do que exportações e dependência do mercado externo, o Brasil passa a fomentar a produção interna como forma de reduzir custos e aumentar o acesso da população a medicamentos. O governo vem incentivando o desenvolvimento local de conhecimento e tecnologia na área, mas, ao mesmo tempo, adota as chamadas PPPs (Parcerias Público-Privadas) e até assume a implantação e o controle de laboratórios.
Segundo Bergamim, ao se responsabilizar pela produção, o governo traz para si uma prerrogativa que caberia melhor ao setor privado, que tem o know-how e melhores condições para atuar na área. O vice-presidente executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (SINDUSFARMA), Nelson Mussolini, que presidiu a mesa do seminário, concorda e defende a indústria farmacêutica. “Que o governo destine os recursos de laboratórios públicos para outras medidas, como a melhoria do saneamento básico. Isso salvaria muito mais brasileiros”, afirma.
As oportunidades, no entanto, também batem à porta. O Brasil está ficando mais velho, a população idosa cresce ano a ano e a pirâmide etária já está se invertendo, apontam as estatísticas. “Isso demanda mais ações, produtos e serviços na área da saúde, o que impulsiona diretamente o nosso mercado”, explica Bergamim. A classe C também é responsabilizada pelo crescimento do setor, sendo apontada como o seu principal motor. Ela aparece hoje como o grupo com o maior potencial de consumo de remédios, e a tendência é que se consolide como a maior consumidora nos próximos anos. “Os membros dessa classe buscam inclusão, sensação de pertencimento, descontos e, sobretudo, vantagens concretas”, analisa Bergamim. Segundo ele, entender o consumidor dessa faixa de renda é fundamental para determinar as melhores estratégias.
Para o posicionamento da indústria farmacêutica no Brasil, Bergamim aponta uma divisão em três áreas mais exploradas: custo e preço, diferenciação na aposta em segmentos com alto valor agregado, e atuação global, tanto em uma área quanto em outra. O balanço das perspectivas, segundo ele, é ótimo, e o mercado farmacêutico tem um belo horizonte pela frente.
Serviço
17ª FCE Pharma e 17ª FCE Cosmetique
Data: 29 a 31 de maio de 2012
Horário: 13h às 20h
Local: Transamerica Expo Center – Av. Dr. Mário Vilas Boas Rodrigues, 387 – Santo Amaro – São Paulo (SP)
Algumas empresas alemãs ligadas à indústria farmacêutica participam do evento com estandes. Aproveite a oportunidade para visitá-las:
Evonik;
Fette;
Bosch;
Boehringer;
Gerresheimer (Düsseldorf)
