O primeiro “Fórum Fotovoltaico Latino-Americano”, realizado em paralelo à Intersolar South America – feira alemã que aconteceu pela primeira vez no País de 18 a 20 de setembro, em São Paulo – reuniu representantes de governos e associações industriais do Brasil, Chile, México, Argentina, Uruguai e Equador para relatar casos de sucesso e trocar experiências sobre as condições políticas, oportunidades de cooperação e perspectivas para o mercado de energia solar na região.
Segundo informações da organização da Intersolar, o Brasil foi o grande destaque da programação. O coordenador do Grupo Setorial Fotovoltaico da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Leonidas Bispo de Andrade, estimou que sejam instalados no País até 30 MW em sistemas FV (fotovoltaicos) ainda neste ano, o que representaria um crescimento de mercado superior a oito vezes em comparação a 2012.
O superintendente de Regulação de Serviços de Distribuição (SRD) da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Carlos Calixto Mattar, apresentou a estrutura e características do modelo de “net-metering” brasileiro como um exemplo interessante de regulamentação que poderia ser utilizado em países vizinhos. Ele ressaltou, no entanto, que há obstáculos de tributação e financiamento a serem superados para um maior desenvolvimento do mercado de geração distribuída.
Conforme discutido no fórum em relação ao desenvolvimento da energia fotovoltaica na América Latina, embora se trate de um mercado de grande potencial, a região ainda terá que enfrentar desafios, como o reduzido número de profissionais qualificados; a desinformação por parte dos governos e sociedade, que ainda não estão acostumados com esta tecnologia; e, consequentemente, a demanda ainda limitada.
Para superar este cenário, uma das saídas apontadas foi a transferência de conhecimento de países mais experientes no segmento. O compartilhamento de estudos sobre as barreiras regulatórias, de legislação e a capacidade da rede de distribuição para acomodar maiores quantidades de geração distribuída, como o produzido e apresentado pela Associação Alemã da Indústria Solar durante a Intersolar South America, seria uma ferramenta importante que, produzida em países da América Latina, pode contribuir para a difusão e a adoção da tecnologia fotovoltaica na região.
O fórum incluiu ainda uma rodada com apresentações de empresas alemãs em busca de parceiros locais para o desenvolvimento de negócios no continente sul-americano.
A Intersolar South America contou com 70 expositores vindos de 13 países, que apresentaram tecnologias, produtos e serviços para energia fotovoltaica (eletricidade a partir da fonte solar) e energia termossolar (aquecimento), com destaque para soluções para consumo interno (indústria, comércio e residências) e tecnologias para produção de energia.
A Intersolar acontece na Alemanha desde 1991, e é realizada, atualmente, também nos EUA, na Índia, na China e, agora, no Brasil.