Em sua 77ª edição, a Semana Verde de Berlim (Grüne Woche) reúne 1,6 mil expositores de 59 países diferentes até o dia 29 de janeiro.
A organização da feira de agricultura, alimentação e horticultura estima que 400 mil pessoas visitem o evento. As atividades envolvem desde a exibição de produtos alimentícios, orgânicos e agropecuários até fóruns, seminários e reuniões sobre os setores. O pavilhão também conta com um jardim de 25 mil flores, entre tulipas, narcisos e tubérculos de primavera.
O segmento alimentício alemão é um dos mais importantes para a indústria do país, reunindo cerca de 6 mil empresas. Aproximadamente 11% da mão de obra da Alemanha está direta ou indiretamente ligada ao setor. Assim, os participantes da Semana Verde pretendem debater o preço dos alimentos, preservação do meio ambiente, políticas agrárias globais e proteção ao consumidor.
Para Gerd Sonnleitner, presidente da Associação dos Agricultores Alemães, um dos assuntos que merece ser discutido pelos agricultores, empresários e especialistas é a produção de matérias-primas renováveis. “Temos na Alemanha 17 milhões de hectares de área cultivada. Em 2 milhões destes já são produzidas matérias-primas renováveis, biomassa e bioenergia, e o produtor é, na maioria das vezes, o administrador da energia”, diz Sonnleitner.
Fórum Global para a Agricultura e Alimentação
No sábado passado (21), ministros da Agricultura de 47 países se reuniram no Fórum Global para a Agricultura e Alimentação, que faz parte da programação da Semana Verde, para discutir a segurança alimentar e a produção sustentável de alimentos para atender à demanda mundial.
De acordo com a ministra alemã da Agricultura, Ilse Aigner, agricultura e indústria de alimentos só podem caminhar juntas se a sustentabilidade estiver presente.
"Precisamos de uma linha econômica que seja ecologicamente sustentável, viável financeiramente, com responsabilidade social e que resguarde os recursos naturais, como base para as futuras gerações", defende Aigner.
Mendes Ribeiro Filho, ministro da Agricultura do Brasil, reiterou que produzir alimentos baratos e de qualidade sem prejudicar o meio ambiente não é uma tarefa inviável, e sim um dever. “O Brasil tem recursos naturais, como a água, de forma abundante. Temos grande responsabilidade na conservação dos mesmos e estamos mostrando para o mundo que quem produz, preserva”, disse ele.
Ao final do encontro, o diretor geral da FAO, Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação, José Graziano da Silva, e representantes do Ministério da Agricultura da Alemanha, Brasil, China, Indonésia, Quênia e União Europeia responderam perguntas feitas pelo público que acompanhava a reunião.
O documento final do encontro será debatido na Conferência Rio +20, que acontece no próximo mês de junho, no Rio de Janeiro.
