A Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) orientaram os líderes dos países que compõem o G20 (reunião das maiores economias do mundo) a estimular a criação de pelo menos 21 milhões de empregos.
Em declaração conjunta apresentada durante a Cúpula do G20, que acontece até amanhã (18), em Guadalajara, no México, os representantes da OIT e da OCDE consideraram que só assim os países do grupo conseguirão fortalecer suas economias e recuperar as taxas de emprego registradas no período pré-crise econômica.
De acordo com dados divulgados pela OIT, as taxas de desemprego aumentaram em aproximadamente 1,5% nas economias mais ricas desde o início da crise europeia, assim como os níveis de subemprego, situação que preocupa os especialistas pela instabilidade causada aos trabalhadores.
O estudo destaca um grande aumento do trabalho informal nos países emergentes, alcançando uma média de 45% em oito dos países do G20.
Os países menos afetados são a Alemanha, o Brasil, a Indonésia, a Rússia, a Turquia e os Estados Unidos, que registram queda nas taxas de desemprego. Ainda, na maioria das nações participantes do G20, os serviços públicos são uma fonte importante de novos postos de trabalho desde 2010.
"Está claro que o caminho a ser tomado agora deve enfatizar uma maior integração entre as políticas econômicas e sociais, com foco nos investimentos produtivos, de emprego e trabalho decente", disse o diretor-geral da OIT, Juan Somavia, durante a Cúpula do G20.
Até o final de 2011, cerca de 109 milhões de pessoas estavam desempregadas no G20. A OIT e a OCDE consideram que um dos principais desafios para a superação desse cenário é promover uma transição do emprego precário e informal para o emprego de qualidade.
Situação dos jovens
A taxa de desemprego entre jovens é duas a três vezes mais alta que a registrada entre adultos em todos os países do G20, e a criação de vagas de trabalho continua fraca em muitas regiões, que não têm condições de reabsorver a massa de desempregados ou subempregados, como é o caso da Grécia, maior afetada pela crise na zona do euro.
“Nos países do G20, cerca de 37 milhões de jovens estão atualmente sem trabalho, e 40 milhões de empregos devem ser criados a cada ano apenas para atender ao crescimento da população em idade ativa”, pontuou o diretor-geral da OIT, Juan Somavia.
Em março de 2012, o desemprego dos jovens na área da OCDE ficou em 17,1%, valor próximo ao mais alto já registrado, de 18,3%, em novembro 2009, revelam dados da própria organização.
Atualmente, a Europa é o continente que mais sofre com a falta de postos de trabalho. Na Espanha, o desemprego juvenil, que era de 17,2% em março de 2007, subiu para 51,1% em março de 2012. Ainda, mais de um em cada cinco jovens no mercado de trabalho estão sem emprego na França, Reino Unido, Suécia, Polônia, Irlanda e Itália.
"Minha mensagem aos ministros do G20 em Guadalajara é que existem formas rentáveis ??para aumentar as perspectivas de emprego dos jovens, e que qualquer estratégia de consolidação orçamental deve ser inteligente, favorável ??ao crescimento e respeitosa com as futuras gerações. Propomos a implantação de políticas orientadas para a educação, preparação e qualificação dos jovens para o mercado de trabalho,
para dar-lhes esperança de um futuro melhor”, declarou o secretário-geral da OCDE, Angel Gurría.