A busca por um novo presidente para a Alemanha parece ter chegado ao fim. No último final de semana, os partidos da coligação regente (CSU/CDU/FDP) e da oposição (SPD e Grüne) chegaram a um acordo e nomearam Joachim Gauck como candidato único para a presidência do país.
Apesar da rapidez nas negociações, a decisão pelo ex-pastor protestante e ativista de direitos civis na Alemanha Oriental como candidato presidencial não foi fácil e ainda é bastante debatida no meio político. Segundo notícias veiculadas na imprensa alemã, inicialmente a chanceler Angela Merkel teria se oposto veementemente à nomeação de Gauck, temendo admitir assim um erro seu. Fato é que o político foi o candidato da oposição social democrata e do Partido Verde nas eleições realizadas em junho de 2010, concorrendo contra Christian Wulff, representante escolhido a dedo pela própria chanceler, que só foi eleito na terceira rodada de votações.
"Ele pode oferecer um importante impulso para os desafios de nosso tempo e do futuro," afirmou Merkel após a reunião com representantes de seu governo de centro-direita e da oposição no centro de Berlim no último domingo (19).
O político de 72 anos, natural da antiga República Democrática Alemã (RDA), formado em teologia, é apontado como figura de grande importância no processo da reunificação alemã, se destacando também como gestor do arquivo deixado pela Stasi, a polícia política da RDA.
Somente o partido de extrema esquerda Die Linke criticou a escolha e informou que não apoiará Gauck. Ainda, o partido informou sobre a intenção de indicar Beate Klarsfeld, uma jornalista de 73 anos conhecida pelo seu empenho na investigação e repressão de crimes nazistas, como candidata à presidência.
O futuro mais alto representante do Estado alemão será eleito oficialmente no próximo dia 18 de março, por uma Assembleia Federal formada por deputados do Parlamento e representantes do mundo político e da sociedade civil, escolhidos pelos parlamentos regionais.