O Ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Guido Westerwelle, telefonou nesta semana para o seu colega brasileiro, Celso Amorim, para falar sobre o programa nuclear iraniano. Na última terça-feira (25), o Irã apresentou à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), em Viena, uma carta na qual notifica ao organismo da ONU sobre o acordo acertado com o Brasil e a Turquia para o enriquecimento de urânio iraniano em território turco.
Guido Westerwelle agradeceu ao Brasil pela sua participação na mediação. Durante a conversa, ele e Amorim concordaram que o acordo é um primeiro passo, mas não a solução sobre as discussões acerca do programa nuclear iraniano. Ambos também enfatizaram a importância de o Irã agir com total transparência.
Pelo plano apresentado à AIEA, Irã entregará à Turquia 1,2 mil quilos de urânio baixamente enriquecido, e no prazo de um ano receberá de volta 120 quilos de urânio enriquecido a 20%, para uso em um reator de pesquisas médicas em Teerã. Em Berlim, Westerwelle declarou que o problema fundamental ainda não está resolvido: as sérias dúvidas internacionais sobre a natureza exclusivamente civil do programa nuclear do Irã permanecem sem resposta.
Além disso, o Irã não mostrou, até agora, qualquer vontade de se envolver com os países integrantes do E3+3 (Estados Unidos, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha) em negociações sérias sobre seu programa nuclear.
