Em uma década, de 2000 a 2010, aumentou em 25% o número de imigrantes que vivem nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) , apesar dos impactos da crise econômica que começou em 2008 e da redução gradativa de busca de oportunidade nos países desenvolvidos. Os dados da OCDE foram divulgados nesta segunda-feira (3), e dão conta de que em 2010 os imigrantes eram quase 10% da população do conjunto de 34 países do grupo.
O aumento no número de cidadãos vindos de fora foi mais expressivo na Espanha, cuja população de imigrantes triplicou entre 2000 e 2010, e na Irlanda e Islândia, onde mais do que duplicou. Entre os países que tiveram um crescimento pequeno no período, estão França, Países Baixos, Estados Unidos e Alemanha. Nesta última, os imigrantes formavam 13% da população, e apenas 10% deles chegaram ao país entre 2006 e 2010, contra 22% na média dos países da OCDE.
No relatório, a organização adverte que as queixas sobre discriminação são constantes e ainda presentes no cotidiano dos imigrantes. As reclamações se referem às dificuldades para integração à sociedade, como condições para matricular os filhos e oportunidades de emprego.
O texto indica ainda que há diferenças entre os imigrantes mais antigos e os que chegaram recentemente. Em geral, concluíram os especialistas, os novos imigrantes são mais qualificados, inclusive com nível superior completo. Na Bélgica, na República Checa, na Alemanha, na Islândia, em Israel e na Suécia, a diferença entre os imigrantes antigos e os mais novos alcança um ano e meio de escolaridade. Por outro lado, há pouca diferença na Áustria, em Luxemburgo, na Suíça e no Reino Unido. No Sul da Europa e na Irlanda, houve uma queda no número dos imigrantes qualificados.
De acordo com a pesquisa da OCDE, apenas nos países atingidos de maneira intensa pelos efeitos da crise econômica internacional houve queda de emprego entre os imigrantes. Nessa relação estão, considerado o período da pesquisa, os Estados Unidos, onde a taxa caiu de 70% para 67%, e a Espanha, cuja taxa passou de 62% para 57%.
Porém, os níveis de emprego em quase todos os países têm aumentado na última década, segundo a entidade, atingindo a média de 65%. Na Alemanha, país cujos efeitos da crise econômica internacional são considerados mínimos, a taxa de emprego de imigrantes aumentou de 57%, em 2000, para 64% em 2010 (72% para os homens e 56% para as mulheres). No Reino Unido, a taxa subiu de 62% para pouco mais de 66% no mesmo período.
Os dados apontam evolução, principalmente, entre as mulheres trabalhadoras. Os números são positivos, especialmente na Suécia, Bélgica e Holanda. Segundo o estudo, a maior parte dos países mostrou ter avançado na integração dos imigrantes à sociedade, o que inclui atividades extracurriculares para as crianças e os adolescentes, por exemplo.
Com informações da Agência Brasil