A balança comercial da indústria brasileira de bens de capital mecânicos bateu novo recorde em 2011 e fechou o ano com um déficit de US$ 17,9 bilhões, de acordo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). O valor é 13,6% superior ao resultado de 2010. Antes da crise, em 2007, o déficit era de US$ 5,3 bilhões.
A principal razão para o resultado obtido no ano passado foi o elevado volume das importações, que somaram US$ 29,8 bilhões, alta de 19,1%, aponta a Abimaq.
Estados Unidos, Alemanha e China foram os principais exportadores de máquinas e equipamentos para o País, em termos de valores. No ano passado, as importações da Alemanha aumentaram 14,7%, após uma queda de 12,4% em 2010. Se consideradas as importações por quilo, entretanto, a China ocupa o primeiro lugar no ranking.
Já as exportações somaram US$ 11,9 bilhões, um aumento de 28,6% frente a 2010. Segundo a Abimaq, o crescimento significativo das vendas externas no ano passado “contribuiu para que o déficit de bens de capital não fosse ainda maior, entretanto é importante observar que esse crescimento se concentrou, principalmente, nos setores de logística e construção civil e infraestrutura e indústria de base, os quais realizam um grande volume de transações intercompany”. Cerca de 48% das exportações de bens de capital tiveram como destino a América Latina.
Apesar do déficit, o faturamento do setor cresceu 9,2% em 2011 ante o ano anterior. Mas, segundo a Abimaq, o faturamento de R$ 81,2 bilhões ainda está 3,8% abaixo do desempenho de 2008.
“Embora importante e significativo, esse crescimento se dá sobre uma base de comparação baixa e sinaliza apenas uma breve recuperação do desempenho do setor – o qual foi profundamente afetado pela crise financeira de 2008”, informa a entidade em comunicado divulgado nesta quarta-feira (29).
