Importações de máquinas da China crescem 57%

Até o final desse ano, a Alemanha perderá para a China a segunda posição entre os fornecedores de máquinas e equipamentos para o mercado brasileiro. A avaliação do presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ), Luiz Aubert Neto, está sustentada nos dados do primeiro semestre do setor, que demonstram um crescimento de 57,87% nas importações brasileiras de produtos chineses.


A trajetória ascendente na participação do país asiático, observada desde 2004, acontece simultaneamente à perda de espaço dos produtos nacionais no exterior. Nos primeiros seis meses do ano, as exportações brasileiras dos bens de capital mecânicos tiveram alta de 6,5%, porém a participação sobre o faturamento vem despencando. “Antes de 2009, o setor exportava em média 30% do faturamento. Hoje, estamos em 22%. Uma parte se deve à crise e outra, à perda de mercado”, afirma Aubert Neto.


A Alemanha também sofre com o aumento da competitividade dos produtos chineses, beneficiados pelos seus baixos custos e menor valor agregado. Um dos principais exportadores mundiais do setor, os alemães registraram queda de 40% nas vendas em 2009, em relação a 2008, de acordo com a Associação alemã de Máquinas e Equipamentos – VDMA (Verein deutscher Maschinen- und Anlagenbau). “Um fenômeno que está assustando os alemães é que 20 empresas do setor de bens de capital foram compradas recentemente por grupos chineses. Eles fazem isso não só para ter acesso ao mercado do país, mas pela tecnologia e mão-de-obra qualificada”, destaca Carlos Pastoriza, vice-presidente da entidade.


As importações da Alemanha para o Brasil, entre janeiro e junho, apresentaram um desempenho tímido, porém estável, de 0,21%, conforme os dados da ABIMAQ. Mas vale destacar que a Alemanha vem perdendo progressivamente participação no mercado nacional.


 


 Fonte: ABIMAQ


                                                         


Setor


O faturamento do setor de máquinas e equipamentos cresceu 13% nos primeiros seis meses do ano, frente igual período de 2009, totalizando R$ 33,9 bilhões, segundo a ABIMAQ. Para o presidente da entidade, no entanto, o resultado não é positivo, pois o ano passado foi o pior dos últimos 30 anos para o setor em produção e faturamento. “O setor ainda está muito longe de alcançar os índices anteriores à crise”, afirma.


As importações somaram US$ 10,6 bilhões, alta de 14,6% sobre o primeiro semestre de 2009. O déficit comercial no período foi de US$ 6,6 bilhões, 20,2% maior que no ano passado. A ABIMAQ prevê que o déficit comercial do setor encerre o ano em cerca de US$ 12 bilhões


 


Fonte: ABIMAQ

Christian Lagereek. Fahraeus I Dreamstime.com
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