A incerteza que prevalece sobre os mercados financeiros está inibindo os alemães na hora de aplicar seu dinheiro em fundos de investimento, revela uma pesquisa do grupo Union Investment, que atua na administração de ativos para investidores públicos e privados na Alemanha e em outros países europeus.
Ao todo, 17% dos 500 entrevistados admitiram não ter nenhuma ideia sobre o curso que os mercados de finanças irão seguir nos próximos seis meses, levando em conta o âmbito nacional e o internacional. O índice é 8% maior que o detectado no trimestre anterior.
Esse é o maior nível de incerteza dos investidores alemães em relação ao mercado financeiro desde o terceiro trimestre de 2007. O número de entrevistados considerados otimistas caiu em 5%, chegando a 23%.
"A incerteza dos investidores em seu nível mais alto não é uma grande surpresa, devido à instabilidade causada pela crise europeia", declarou o diretor do grupo Union Investment, Daniel Günnewig. Ele acredita que, somente com a resolução dos problemas fundamentais e estruturais na zona do euro, os investidores começarão a confiar novamente nos mercados de capitais.
De acordo com o estudo, a intenção dos entrevistados em aplicar seu dinheiro em investimentos de renda fixa é baixa para o restante do ano. Ainda, um em cada cinco participantes do levantamento espera uma nova queda nas taxas de juros, o que também deve causar um impacto negativo sobre a proporção de investimentos de renda fixa nas carteiras de investimentos.
Por outro lado, a expectativa de 57% dos investidores que responderam à pesquisa é que as taxas de juros permaneçam em seu nível atual. No entanto, mesmo sob essas condições, acreditam que os investimentos em títulos do governo da Alemanha devam diminuir e até mesmo enfrentar prejuízos.
Além disso, 87% dos investidores privados do país esperam uma alta da inflação, o que colocaria ainda mais pressão sobre os investimentos em títulos de várias categorias.
A pesquisa também aponta que a propensão dos investidores alemães para guardar dinheiro diminuiu no último trimestre, devido às baixas taxas e à incerteza sobre a situação nos mercados europeus. Assim, mais de um terço dos participantes (34%) está poupando menos por mês do que no trimestre anterior.
Por fim, o grupo Union Investment constatou que a maioria das opções de investimento está perdendo atratividade aos olhos dos investidores, sendo os depósitos a prazos fixos e os fundos overnight as únicas exceções. Tais opções ainda são consideradas atraentes por 42% e 51% dos investidores, respectivamente.
Segundo dados apresentados pelo Instituto Forsa, em uma pesquisa encomendada pela Federação alemã de Investimentos e Gestão de Ativos (BVI, na sigla em alemão), 80% de um grupo de 2 mil entrevistados têm investimentos em fundos de pensão, e 70% preferem os investimentos a longo prazo.
