A Abinee, Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica, divulgou, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (13), em São Paulo, um balanço do desempenho do setor em 2012 e as perspectivas para 2013.
O faturamento da indústria elétrica e eletrônica atingiu, em 2012, R$145 bilhões, 5% mais que em 2011, quando foi de R$138 bilhões. O resultado, no entanto, frustrou as expectativas iniciais dos industriais, que indicavam, no final do ano passado, um índice de 13%.
De acordo com a Abinee, as razões para essa diferença estão na retração dos investimentos produtivos, atribuída à crise internacional, e no consumo abaixo das expectativas baseadas nos indicadores sociais favoráveis do início do ano.
A entidade destacou as medidas que o governo federal vem tomando para estimular a economia, dentre as quais a redução da taxa de juros, as ações de ajuste do câmbio, o lançamento do Programa Brasil Maior e a redução dos encargos na folha de pagamentos, mas também que elas foram insuficientes para alavancar o crescimento industrial e, consequentemente, elevar o PIB para a meta governamental de 4% (a previsão é de que ele fique em apenas 1,3% em 2012).
Importações, Exportações e Investimentos
A Abinee chamou atenção para a queda de 8% na produção do setor nesse ano, e creditou a diferença entre os desempenhos do faturamento e da produção às importações, que continuaram a ocupar o mercado interno.
As importações alcançaram US$41,2 bilhões, aumento de 1% em relação ao ano passado. Já as exportações ficaram em US$7,8 bilhões, uma redução em dólares de 5% contra 2011, representando, porém, em reais, um aumento de 11%. O resultado das exportações não foi melhor, segundo a entidade, devido à queda de 23% nas vendas para a Argentina, um dos principais mercados de produtos eletroeletrônicos. O resultado da balança comercial do setor foi um déficit de US$ 33,4 bilhões, 3% maior ao registrado em 2011.
Os investimentos das indústrias elétricas e eletrônicas somaram R$ 4,1 bilhões, 7% menos que no ano passado, refletindo as apreensões em relação à crise internacional.
Perspectivas para 2013
A Abinee espera um crescimento de 8% no faturamento do setor em 2013, chegando a R$ 156,7 bilhões. Dentre os fatores que a entidade cita como contribuintes para o possível desempenho estão a taxa de câmbio, que, se permanecer nos níveis atuais, deverá ter efeitos positivos na competitividade do setor; a desoneração da folha de pagamento, que irá valer para uma gama maior de empresas; e a aceleração dos investimentos na infraestrutura do País para a Copa do Mundo e as Olimpíadas.
A estimativa para as exportações é de que cheguem a US$8,1 bilhões, 4% mais que nesse ano, enquanto que as importações devem ficar em US$ 43,6 bilhões, ou 6% mais, resultando num déficit de US$ 35,5 bilhões (6% maior que em 2012).
Os investimentos, por sua vez, deverão alcançar US$ 4,6 bilhões, um aumento de 14% em relação a esse ano.
"Nós temos, naturalmente, uma expectativa de que a economia brasileira possa ter um crescimento no próximo ano. O esforço que o governo vem fazendo, se não foi bem sucedido nesse ano, deverá trazer resultados em 2013. Então, fazemos previsões para o próximo exercício baseados justamente nos projetos que se sabe que deverão ser licitados, nas necessidades que o País contempla e isso faz com que a gente possa chegar nesse número [de previsão de investimentos da indústria]. Além do mais, existe sempre uma proporção entre os crescimentos do PIB nacional e do PIB da indústria eletroeletrônica. Normalmente nosso crescimento é de 3% acima do PIB. Se você acreditar nas previsões de que no ano que vem tenhamos um crescimento do PIB da ordem de 4%, devemos, na nossa indústria, crescer entre 8% e 10%, efetivamente", afirmou o presidente da Abinee, Humberto Barbato, durante a coletiva.