A indústria química deverá apresentar um faturamento de US$ 158,5 bilhões no ano de 2011, de acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Químicas (Abiquim). O valor representa um crescimento de 23,4% em relação ao ano anterior.
O grupo que mais faturou foi o de produtos químicos de uso industrial, com 76,2% do faturamento líquido total, seguido por produtos farmacêuticos, com 25,3%.
Porém, apesar dos números positivos, um terço do mercado interno do setor químico foi abastecido por produtos importados em 2011, o que corresponde a US$ 41,6 bilhões.
De acordo com o Presidente Executivo da Abiquim, Fernando Figueiredo, o grande volume de importações contribuiu para um déficit comercial sem precedentes para este ano, estimado em US$ 25,9 bilhões e superando os US$ 20,7 bilhões de 2010.
Figueiredo apontou que “se o Brasil conseguisse reduzir as importações pela metade, seria possível gerar 60 mil novos empregos diretos no setor químico”.
O único segmento que não fechará 2011 com saldo negativo na balança comercial será o de tintas, esmaltes e vernizes, que cresceu 14,8% se comparado ao ano anterior, e obteve um volume de vendas 1,7% maior.
Atualmente, o Brasil é o 7º país em faturamento líquido da indústria química mundial, com US$ 129 bilhões. Henri Slezynger, Presidente do Conselho diretor da Associação, acredita que o País têm condições de mercado para alcançar até o 5º lugar, mas que para superar a Alemanha, que ocupa a 4ª posição do ranking, seriam necessários muitos avanços em relação a infraestrutura, créditos, inovação e tecnologia.
No 16º Encontro Anual da Indústria Química, ocorrido nesta segunda-feira (12), além de discutir o desempenho do setor no Brasil, representantes de segmentos de produtos químicos de uso final (farmacêuticos, fertilizantes, higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, produtos de limpeza e afins, defensivos agrícolas, tintas, esmaltes e vernizes) apontaram os principais entraves para o desenvolvimento do setor, que acabam criando um cenário de concorrência desleal frente a outros países.
Assim, foram listadas a dificuldade de obtenção de matérias-primas e mão de obra qualificada, o alto custo da energia elétrica, juros elevados, carga tributária excessiva e incentivos fiscais às importações.
Acreditando que a indústria química é de extrema importância para o crescimento de vários setores da economia brasileira, o vice Ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Alessandro Teixeira, acrescentou a “necessidade de elaborar políticas a médio e longo prazo, estabelecendo uma visão estratégica do setor químico, para que governo e empresas possam trabalhar em conjunto para melhorar as condições competitivas”.