KPMG revela países mais preparados a mudanças

Cingapura, Suécia, Catar, Nova Zelândia e Alemanha são, respectivamente, os cinco países mais prontos para mudança, conceito que inclui tanto choques ou desastres naturais quanto tendências de prazo mais longo, como tecnologia, demografia, competição global e investimentos.  As informações constam no estudo “Índice de Disposição à Mudança” (em inglês, Change Readiness Index – CRI), realizado pela KPMG em parceria com a Oxford Economics. O levantamento classifica 90 países de acordo com 26 fatores com o objetivo de comparar as respectivas capacidades em três principais áreas de empreendimentos: ambiente empresarial, governo e pessoas/sociedade civil.

De acordo com o levantamento, o Japão aparece em 7º lugar e os Estados Unidos na 12ª posição do ranking. Os últimos lugares ficaram com Congo (89) e Afeganistão (90). Com relação aos países do bloco BRIC, a China lidera na 28ª posição, logo depois aparece o Brasil, em 42º lugar, Rússia em 62º e Índia em 65º.

“A capacidade de uma nação de responder e se adaptar às mudanças é cada vez mais importante para a construção bem-sucedida de uma economia sustentável e uma sociedade mais justa” afirma Augusto Sales, sócio da KPMG no Brasil da área de Estratégia. “O CRI pode ser um instrumento crucial para governos, a comunidade de desenvolvimento e as empresas tomarem decisões mais abalizadas a respeito de possíveis reformas ou mudanças nas políticas, gerenciamento de riscos ou realização de investimentos.”

O ranking de 2013 revela disparidades

Entre as constatações principais do CRI está o fato que a riqueza de um país não é necessariamente um indicador determinante da sua capacidade de responder às mudanças e gerenciá-las, pois uma série de nações de menor renda acabou classificada com  uma maior capacidade de preparação para as mudanças do que alguns países mais “desenvolvidos”. Por exemplo, o Chile, classificado como um país de renda média alta, conquistou posições melhores que países de renda alta, incluindo os Estados Unidos e a França. Várias nações de renda média baixa, incluindo Panamá e Filipinas, tiveram um desempenho melhor do que alguns países de mais alta renda no ranking, ficando acima da Itália, Polônia, Brasil e China.

“É natural imaginar que países hoje desenvolvidos foram aqueles que no passado melhor se adaptaram às mudanças impostas pelo ambiente externo ou que foram proativos em imprimir mudanças no seu ambiente interno. A Coréia do Sul é um caso clássico de país que aderiu a mudança e hoje colhe os frutos desta mudança de modelo mental. Entretanto, renda não é uma barreira intransponível para uma maior resistência às dificuldades econômicas e sociais,” esclarece Sales.  “Esta é uma mensagem de incentivo para países de menor renda com apetite para o desenvolvimento, como o Chile. Instituições fortes, flexibilidade e governança podem proporcionar estabilidade em momentos de estresse e eventualmente abrir as portas para novas oportunidades.”

O Índice também respalda a constatação de que a preparação para as mudanças pode ser mantida e talvez mesmo reforçada em face de choques de curto prazo, tais como desastres naturais. O Japão conquistou uma notável sétima posição no ranking do CRI, mostrando força especial na capacidade empreendedora.

Os 20 primeiros colocados no Índice são: 1. Cingapura, 2. Suécia, 3. Catar, 4. Nova Zelândia, 5. Alemanha, 6. Israel, 7. Japão, 8. Arábia Saudita, 9. Austrália, 10. Reino Unido, 11. Chile, 12. EUA, 13. Taiwan, 14. Coreia do Sul, 15. França, 16. Tailândia, 17. Lituânia, 18. Filipinas, 19. Panamá e 20. Cazaquistão.

Sobre a pesquisa

O Índice de Disposição à Mudança de 2013 amplia o escopo da pesquisa realizada em 2012 pela KPMG, incluindo 90 países, contra  60 no ano passado. Ele baseou-se em informações obtidas entre fevereiro e abril de 2013, a partir de mais de 500 entrevistas com especialistas no mundo inteiro com as mais variadas formações, e mais de 70 variáveis de dados secundários, incluindo fontes como o Fórum Econômico Mundial, o Banco Mundial, a Economist Intelligence Unit, a Organização Mundial de Saúde e a UNESCO.

O CRI é estruturado em torno de três pilares (capacidade empreendedora, capacidade governamental, capacidade das pessoas & sociedade civil), com subíndices para cada pilar, tais como infraestrutura, política fiscal e orçamentária, planejamento governamental estratégico, meio ambiente, segurança alimentar e energética, acesso às informações e à saúde, dentre outros. Para ter acesso ao estudo, basta acessar kpmg.com/changereadiness.

CCommons/flickr/bitmask
CCommons/flickr/bitmask