Mantega defende acordo internacional para cambio

O Ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou hoje que defende um acordo internacional para homogeneizar regras relativas ao mercado de câmbio. Isso porque ainda que o Brasil adote o câmbio flutuante, outras nações usam o regime administrado.


“Precisamos de um novo Bretton Woods”, disse o político em referência ao sistema de gerenciamento econômico internacional que criou, em julho de 1944, as regras para as relações comerciais e financeiras entre os países mais industrializados do mundo.


Desnível cambial


O político mencionou especificamente que a depreciação artificial da moeda chinesa em relação ao dólar acaba prejudicando os demais países. “Há um desnível na questão cambial. Há países que apresentam uma diferença no câmbio de 30% a 40% em relação ao real, o que é uma vantagem artificial. Se nós tivéssemos essa vantagem, seríamos imbatíveis”, disse. O Ministro afirmou ainda que considera o câmbio flutuante o melhor regime, mas que ele “só é bom se os outros também estão praticando”. A questão deve ser levada às reuniões do G-20 (grupo dos principais países ricos e emergentes) para buscar um entendimento entre as nações.


Durante o evento da Fundação Getúlio Vargas (FVG), Mantega comentou as medidas tomadas pelo governo para conter uma possível sobrevalorização do real em relação ao dólar, após a crise. De acordo com ele, a opção por taxar o mercado de capitais com IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) em 2% evitou a formação de bolha no mercado brasileiro.

Eduardo Pestana
Eduardo Pestana