O relatório Global IPO Upgrade, elaborado pela Ernst & Young, mostra que a atividade global de IPOs (oferta pública inicial de ações de uma organização) apresentou queda acentuada no terceiro trimestre de 2012, mas que há sinais de melhora para o mercado nos próximos meses. O período movimentou US$ 24,1 bilhões, com diminuição de 46% no capital levantado em comparação com o trimestre anterior (US$ 44,3 bilhões).
Em relação ao mesmo período de 2011 (que movimentou US$ 28,6 bilhões), houve declínio de 16%. Em número de operações, foram 165 IPOs no mundo neste trimestre do ano, ante 248 no trimestre anterior – uma baixa de 33%. Em relação ao mesmo período do ano passado, que teve 291 IPOs, a queda foi de 43%.
De acordo com o estudo, a movimentação de capital foi alavancada no 3º trimestre pelo IPO de US$ 8,5 bilhões da Japan Airlines, que representou 35% do valor global total. As três principais bolsas de valores em termos de capital levantado foram a de Tóquio, a de Shenzhen (com 35 IPOs, US$ 2,8 bilhões ou 12% do total) e a da Malásia (com 4 IPOs, US$ 2,4 bilhões ou 10% do total).
“Tivemos baixa atividade nos últimos meses, assim como adiamentos de registros de emissões importantes neste trimestre. No entanto, com um grande negócio nas últimas duas semanas e dois negócios de mais de US$ 1 bilhão que devem ocorrer em breve, acreditamos que a confiança do investidor retornará de forma significativa no próximo trimestre”, afirma Maria Pinelli, líder global para mercados estratégicos em crescimento da Ernst & Young. “Vários IPOs estão previstos para ocorrer no final de 2012, e o mercado continua a ser oportunista e seletivo. Esperamos mais volume na primeira metade de 2013, em áreas como tecnologia, produtos de consumo e setor industrial”.
Na Europa, IPOs da Polônia lideram
O mercado europeu de IPOs continuou a sofrer com dificuldades econômicas neste trimestre, e a Polônia manteve a liderança em número de negócios, representando 12 dos 23 IPOs realizados.
A Europa movimentou apenas US$ 372 milhões com as 23 operações (o que equivale a apenas 2% do capital levantado globalmente), registrando forte queda em comparação com os US$ 985 milhões das 60 operações registradas no segundo trimestre de 2012.
“Com os índices dos mercados de capital próprio crescendo e a volatilidade caindo, esperamos um retorno da confiança dos investidores e dos emissores, encorajando a melhora gradual no número de negócios”, diz Maria Pinelli.
Setores mais ativos
No terceiro trimestre de 2012, um dos setores que lideraram globalmente em capital levantado foi o industrial (que movimentou US$ 10,6 bilhões em 29 negócios), claramente se beneficiando dos pacotes de estímulos de governos em todo o mundo. O segundo setor mais ativo foi o da saúde (com movimentação de US$ 2,7 bilhões em oito operações), seguido pelo de materiais (US$ 2,3 bilhões em 27 procedimentos).