Após se reunirem em Berlim para debater novos acordos de combate à crise econômica, a chanceler alemã Angela Merkel e o presidente da França Nicolas Sarkozy consideraram a criação de um imposto sobre transações financeiras como uma boa saída para a zona do euro.
Por enquanto, França e Alemanha apresentam divergências sobre a maneira de implantação do mecanismo de impostos. Enquanto Sarkozy está disposto a aplicá-la apenas na França, caso não haja adesão de outros países, Merkel anunciou que não vai agir até março, quando os ministros das Finanças da União Europeia devem tomar uma posição sobre a nova medida.
"Há anos que lutamos por um imposto sobre as transações financeiras e acho que a França tomou uma boa iniciativa, porque temos de agir", disse a chanceler alemã, após informar que irá batalhar para que todos os países da União Europeia adotem a medida, ou pelo menos os que fazem parte da zona do euro.
Ainda, Merkel e Sarkozy esperam que em 30 de janeiro, quando acontece a primeira cúpula do Conselho Europeu, seja estabelecido um acordo definitivo sobre a implementação do Pacto Fiscal, que inclui sanções automáticas para países que violem os limites do endividamento. Se isto não for possível, a previsão é que este acordo e o referente à cobrança de impostos sobre transações financeiras estejam prontos e revisados até, no máximo, o mês de março.
Durante o encontro, foi ressaltada a importância de que o Fundo de Resgate Europeu, que será substituído em julho, tenha instrumentos mais flexíveis para intervir em situações de emergência. Merkel também anunciou que irá pedir maior cooperação do Banco Central Europeu.
A chanceler se reunirá nesta terça-feira (10) com a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, e na quarta-feira (11) com o primeiro-ministro da Itália, Mario Monti.
Grécia
Os líderes de Alemanha e França reiteraram o pedido para que a Grécia reestruture rapidamente a sua dívida, baseando-se nas deliberações do Conselho Europeu de outubro passado. Eles pedem que o país promova avanços nas negociações com os bancos para o refinanciamento voluntário da dívida.
Sobre o recebimento da próxima parcela de ajuda financeira da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI), Merkel advertiu que só será entregue à Grécia se o país cumprir o programa de ajuste acordado.
Além disso, a chanceler garantiu que tanto a Alemanha quanto a França desejam que a Grécia continue na zona do euro e que seguirão apoiando o país financeiramente diante da recessão econômica.
*Com informações da Agência Brasil