Merkel visita Grécia sob protestos


“Há progressos todos os dias. Muito já foi feito e ainda há muito a fazer. Nós somos parceiros e amigos”. As palavras foram ditas pela chanceler alemã, Angela Merkel, nesta terça-feira (9), durante visita de algumas horas a Atenas, onde se encontrou com o primeiro-ministro grego, Antonis Samaras, e reafirmou a crença de que a Grécia conseguirá se manter na zona do euro. Esta foi a primeira visita de Merkel ao país depois do estouro da crise financeira, em 2008, que colocou a Grécia e outros países europeus em grandes dificuldades.



A aparição da chanceler provocou protestos de dezenas de milhares de pessoas nas ruas de Atenas, o que chegou a causar alguns confrontos com os mais de 7 mil policiais designados para fazer a segurança da visita, embora sem gravidade. Os gregos protestaram contra as medidas de austeridade, defendidas pela Alemanha como necessárias para que o país receba ajuda financeira para sair da crise.



“Nós sabemos, na Alemanha, quanto tempo leva para que reformas sejam implementadas. Será uma longa jornada, mas acredito que veremos uma luz no fim do túnel. Esse é um esforço que deve ser levado a cabo, porque, do contrário, as circunstâncias vão se tornar ainda mais dramáticas no futuro”, declarou Merkel.



A Grécia deve receber até novembro a nova parcela de € 31,5 bilhões da ajuda do Mecanismo Europeu de Estabilidade (ESM, na sigla em inglês), o fundo de resgate oficializado nesta segunda-feira (8), durante reunião dos ministros das Finanças da zona do euro, em Bruxelas. Os recursos, no entanto, serão liberados de acordo com relatório sobre as medidas implementadas por Atenas, elaborado pela chamada troika, composta pela Comissão Europeia, pelo Banco Central Europeu e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), e que deve ser apresentado entre outubro e novembro.



O ESM começa com fundos de € 700 bilhões, dos quais € 190 bilhões serão alocados pela Alemanha e € 143 bilhões pela França, os maiores doadores.

CCommons/flickr/tjuel
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