O governo da Grécia anunciou ontem (3.03) mais um plano de ajuste fiscal, complementar ao Programa de Estabilidade e Crescimento, em decorrência de pressões do FMI e da própria União Europeia. O programa visa reduzir o déficit fiscal grego em 2010 para 8,7% do PIB, ante um déficit que alcançou 12,7% do PIB desse país no ano passado.
Para isso, o objetivo é poupar € 4,8 bilhões, por meio do aumento de receitas, com elevações de impostos, e redução dos gastos do governo, como a restrição de bônus e de cargos públicos.
A medida foi bem aceita pela Comissão Europeia, mas permanece a incerteza de quando ela será implementada e quais serão os efeitos práticos sobre o déficit fiscal. Já para o ministro grego, George Papandreou, o plano de ajuste foi considerado drástico, ainda que necessário.
Para Octavio de Barros, Diretor de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, “este pacote, combinado com os demais já anunciados, deverá favorecer uma redução da aversão ao risco do mercado, uma vez que a questão fiscal grega parece estar encaminhada, mesmo que não resolvida”.
“Acreditamos que a questão fiscal na Zona do Euro como um todo deverá perder alguma relevância nas atenções do mercado. Vale lembrar, contudo, que uma das conseqüências mais fortes do ajuste fiscal se dará sobre o crescimento da região, que deverá ser mais lento”, avalia o economista.
