Embora o ambiente econômico global tenha se alterado desde o início deste ano – impactando as perspectivas para os chamados mercados de crescimento rápido, as exportações e a capacidade de atrair o investimento estrangeiro direto (IED) – esse será um fenômeno temporário, de acordo com o estudo Rapid-Growth Markets Forecast (RGMF), elaborado pela Ernst & Young.
Segundo a empresa, apesar da previsão dos 25 principais países de crescimento rápido terem sido revistas para baixo para este ano e o próximo, o crescimento desses mercados deve apresentar recuperação em 2013. Isso será estimulado tanto pelos investimentos em projetos de infraestrutura, especialmente na Ásia, quanto pela procura crescente de seus próprios consumidores, que ajudará a compensar o fraco ambiente externo. O Brasil também terá seu desenvolvimento beneficiado por projetos em infraestrutura, impulsionados por eventos como Copa do Mundo (2014) e Jogos Olímpicos (2016).
De acordo com o estudo, entre os países de crescimento rápido, o Brasil foi o que mais sofreu ao longo do ano com uma forte desaceleração, o que trouxe impacto negativo para os resultados da América Latina. Apesar da queda da taxa de juros de 11,5%, em dezembro de 2011, para os atuais 7,5%, o cenário interno continua fraco, especialmente no setor industrial. Em 2012, o Brasil deve crescer apenas 1,4%. A previsão no início do ano era alcançar 3,1%. Em 2011, o País registrou 2,7%. Para o próximo ano, o relatório prevê a recuperação, chegando a 4,5%.
Cenário global
O relatório aponta que, no geral, as economias dos mercados de crescimento rápido podem se expandir 4,5% este ano, com expectativa de chegar em 5,5% em 2013. As taxas de crescimento vão acelerar nos próximos dois anos – desde que a economia da zona do euro se estabilize, a recuperação dos EUA ganhe força e os países de crescimento rápido consigam destravar a política monetária.
As variações regionais em termos de expansão econômica são evidentes em todos os países de crescimento rápido, porém, a maioria, incluindo os Brics, experimentará um desempenho moderado este ano. As economias do leste asiático serão impactadas pela desaceleração do crescimento chinês, e a Europa (Central e Oriental) será duramente atingida pela atual crise da zona do euro. No entanto, é esperado que o crescimento robusto seja retomado na maiora dos países em 2013.
“A atratividade para negócios dos mercados de crescimento rápido, no longo prazo, continua favorável. Este ano, o crescimento tem se abrandado um pouco mais do que o esperado, mas uma rápida recuperação deve acontecer antes do previsto”, afirma André Viola Ferreira, sócio-líder de Mercados Estratégicos da Ernst & Young Terco.
De olho no futuro
Os 25 principais países abordados no relatório não são economicamente importantes apenas agora, mas serão o motor de crescimento para a economia global daqui para frente. No ano passado, quase dois terços da população mundial vivia em um desses 25 países, mas apenas um terço do PIB mundial em termos nominais foi produzido por estas economias.
A previsão para o PIB nos próximos 25 anos também ilustra as perspectivas positivas dos mercados de rápido crescimento. Nove desses países devem crescer pelo menos 5% ao ano nos próximos 25 anos, em contraste com o Japão e a Alemanha, que crescerão ambos menos de 1,5% ao ano.
De acordo com o relatório, em 25 anos, os Brics – Brasil, Rússia, Índia e China – estarão entre as seis maiores economias do mundo. A Indonésia deverá estar no top 10 e África do Sul e Nigéria se juntarão ao top 20.