O Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (INEC) caiu 4,6% neste mês em relação a dezembro e é 8,5% inferior ao registrado em janeiro de 2014. Foi a terceira queda consecutiva do indicador, que está 6,1% abaixo da média histórica, que é de 111,1 pontos, informa a pesquisa divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) na semana passada (30).
A queda na confiança da população é resultado, sobretudo, do aumento do pessimismo em relação à inflação e ao emprego. O indicador de expectativa de inflação caiu 10% neste mês em relação a dezembro e registra uma queda de 16,3% na comparação com janeiro de 2014. O indicador de expectativa de desemprego recuou 6,1% frente a dezembro e diminuiu 21,2% em relação a janeiro do ano passado. Quando maior a queda dos indicadores, maior é o número de pessoas que acredita que a inflação e o desemprego aumentarão nos próximos seis meses.
“Esse pessimismo vai se refletir na demanda. Um consumidor mais pessimista não vai aumentar seu endividamento, não vai fazer compras maiores de bens como eletrodomésticos e móveis, ele vai segurar seu consumo. E isso atrapalha uma economia que já vem mostrando problemas, já vem mostrando desaceleração. À medida que a demanda vai reduzindo, essa desaceleração pode aumentar ainda mais”, explica Marcelo Azevedo, economista da CNI, acerca do impacto do aumento do pessimismo do consumidor na economia brasileira.
Também pioraram muito as perspectivas em relação à melhora da renda pessoal e da situação financeira para os próximos seis meses. O indicador de expectativas sobre a evolução da renda pessoal teve queda de 4,2% e o de situação financeira diminuiu 4,8% em relação a dezembro. Só o índice de expectativas em relação ao endividamento melhorou, e aumentou 0,5% na comparação com dezembro. O indicador de compras de maior valor caiu 4,8%.
Feito em parceria com o Ibope, o INEC deste mês ouviu 2.002 pessoas em 142 municípios entre 15 e 19 de janeiro.
Da Agência CNI de Notícias