O PIB (Produto Interno Bruto) da Alemanha cresceu 0,7% em 2012, comparado ao ano anterior. O dado preliminar foi divulgado pelo Escritório Federal de Estatísticas da Alemanha (Destatis) nesta terça-feira (15). De acordo com o órgão, nos dois anos imediatamente anteriores o crescimento do PIB foi muito maior (de 4,2% em 2010 e de 3% em 2011), em função de um processo de recuperação em seguida à crise econômica de 2009.
"Em 2012, a economia alemã provou ser resistente em um ambiente econômico difícil e fez frente à recessão europeia", afirmou o presidente do Destatis, Roderich Egeler, em coletiva de imprensa, em Wiesbaden, nesta terça-feira. Em comunicado publicado em seu site, o órgão ressalta que, na segunda metade do ano, no entanto, a atividade econômica na Alemanha desacelerou consideravelmente.
Com o ajuste de calendário, a taxa de crescimento do PIB alemão foi de 0,9% no ano passado, porque 2012 teve três dias de trabalho a menos que 2011 – uma razão para isso é que os feriados de Natal caíram em dias úteis.
Segundo o Destatis, o comércio exterior provou ser bastante robusto, considerando o ambiente externo difícil. No ano passado, as exportações alemãs de bens e serviços subiram 4,1% em relação a 2011, enquanto que as importações aumentaram apenas 2,3%. A balança comercial contribuiu com 1,1 ponto percentual no resultado do PIB em 2012, sendo, por consequência, novamente a principal força motriz do crescimento econômico da Alemanha.
Demanda e produção
A demanda doméstica evoluiu em direções distintas. O consumo das famílias (+0,8%) e do governo (+1%) cresceram, enquanto que a formação bruta de capital fixo (aquisição de máquinas, equipamentos e material de construção por parte das indústrias) deixou de ter uma contribuição positiva para o PIB pela primeira vez desde a crise econômica de 2009. O indicador caiu 1,1% na construção e 4,4% em máquinas e equipamentos.
O relatório do Destatis ressalta que uma característica do PIB de 2012 pelo lado da produção é que a economia esteve dividida em duas partes. No setor de serviços, o valor agregado cresceu sobre 2011, mas os setores industrial (-0,8%) e de construção (-1,7%) tiveram resultados negativos. O valor agregado de todos os setores produtivos no conjunto subiu 0,7%, o mesmo patamar do PIB.
Emprego e orçamento
O número de pessoas empregadas alcançou um nível recorde pelo sexto ano consecutivo em 2012, fechando em 41,6 milhões. A produtividade do trabalho (labor productivity), ou seja, o PIB dividido por pessoa empregada, caiu 0,3% no ano passado. Quando medido por hora trabalhada, no entanto, a produtividade do trabalho subiu 0,4%, porque o aumento no número de horas trabalhadas das pessoas empregadas foi menor do que o aumento do PIB.
O Destatis afirmou ainda que os orçamentos governamentais continuaram seu processo de consolidação em 2012. De acordo com cálculos provisórios, o governo em geral – união, estados e municípios, bem como fundos de seguridade social – tiveram um recorde de €2,2 bilhões de capacidade líquida de financiamento ao final do ano. Na comparação com o ano anterior, o governo central novamente reduziu de forma considerável seu déficit, enquanto que os governos municipais e especialmente os fundos de seguridade social tiveram um grande aumento, assim como em 2011. Pela primeira vez desde 2007, o governo em geral teve um orçamento equilibrado em 2012.