O presidente alemão Christian Wulff anunciou nesta sexta-feira (17) sua renúncia, com efeito imediato, em uma breve declaração feita no Palácio de Bellevue em Berlim. O posto será assumido interinamente pelo presidente da Câmara Alta (Bundesrat) e governador da Baviera, Horst Seehofer, até que o governo alemão encontre um sucessor para Wulff.
A renúncia ocorreu após o Ministério Público de Hannover solicitar ao Parlamento alemão, nesta quinta-feira (16), a suspensão da imunidade de Wulff, para que fosse aberta uma investigação contra ele. De acordo com o ex-presidente, o motivo que o levou a renunciar ao cargo foi a crescente falta de confiança em seu governo de grande parte da população.
Wulff declarou que estava feliz por ter sido presidente, no entanto, o país precisava de um presidente que tivesse "a confiança plena e em larga escala da população para poder resolver os enormes desafios nacionais e internacionais". Ele ainda destacou que estava convencido, de que o esclarecimento jurídico pendente das acusações feitas contra ele "irá resultar em alívio completo."
Logo após a renúncia, a chanceler Angela Merkel fez um pronunciamento e afirmou aceitar com pesar a saída do presidente, agradecendo a Wulff e sua esposa pelo empenho. Em uma nota de imprensa, Merkel informou também que as partes coligadas do governo irão discutir entre si e, em seguida, com os partidos da oposição, SPD e Die Grüne (Partido Verde), para encontrar um "candidato em comum" para a eleição do próximo presidente da Alemanha.
Wulff assumiu o cargo após a renúncia do então presidente Horst Koehler, em maio de 2010, envolvido em uma crise política gerada pelos comentários que teria feito a respeito das ações militares e dos interesses comerciais de seu país no exterior. Desde meados de dezembro de 2011, uma série de escândalos envolvendo Wulff veio à tona, levantando suspeitas sobre suas finanças pessoais e supostos favores aceitos por ele quando era governador, resultando em acusações de corrupção.
