Fomentar a inovação, reduzir custos, ampliar o acesso ao mercado e redefinir os modelos de vendas são alguns dos fatores de transformação do mercado de saúde em termos globais para os quais as organizações devem estar atentas, segundo pesquisa realizada pela Deloitte. O estudo analisa a nova onda de mudanças ocasionadas pelas reformas no setor e a reação das empresas aos movimentos, além de trazer cases sobre Brasil, China e Alemanha – três mercados que devem crescer e se reestruturar nos próximos anos.
De acordo com a Deloitte, em todas as áreas, a compreensão sobre o andamento destas mudanças em âmbitos nacional e global e como as empresas estão respondendo ou vão responder a elas é um dos grandes desafios atuais. No entanto, os executivos ouvidos acreditam que podem colher bons resultados, caso se adaptem com sucesso.
De acordo com o levantamento, 77% dizem ser prioridade a adaptação às transformações atuais do setor (entre os entrevistados de empresas farmacêuticas, este número chega a 88%). Mais de 60% afirmam que as mudanças no setor representam alto risco para os negócios, enquanto apenas 8% acreditam num risco pequeno.
Como primeiro desafio apontado está o fato de ter de lidar com o governo e agências regulatórias, com 42% das respostas, seguido do ajuste do modelo comercial das organizações para a nova realidade (41%). Desta forma, a maior parte dos recursos gastos é com aspectos regulatórios e compliance (43%), além de estratégias globais, relações governamentais, marketing e vendas.
Brasil
A expectativa de crescimento anual do mercado de saúde no Brasil é de 5,3% até 2016, e o gasto per capita de produtos farmacêuticos é quase quatro vezes maior do que na China, que é o quinto maior mercado do mundo. “Isso explica, em parte, por que a indústria de saúde tem uma visão tão positiva do País”, pontua Enrico De Vettori, sócio-líder da Deloitte para o atendimento às empresas da indústria de Life Science and Health Care no Brasil.
Para 74% dos entrevistados, o Brasil é muito atrativo para a conquista de novos consumidores e para 57% é muito atraente também para vendas (na China essa proporção é de 69% e 50% e na Alemanha é de 27% e 28%, respectivamente). O incentivo em processos de fabricação e em pesquisa e desenvolvimento vêm logo em seguida, com 49% e 46% das respostas respectivamente. De uma forma geral, 20% dos entrevistados dizem que suas organizações são mais ativas no mercado brasileiro contra 35% na China e 31% na Alemanha.
Quando perguntados sobre as áreas em que as organizações pretendem se desenvolver nos próximos três anos, 81% dos executivos apontam vendas e atividades comerciais. A ampliação no número de produtos a serem regulamentados está nos planos de 64%, enquanto 57% apontam as melhorias nas atividades manufatureiras.
Apenas 7% dos empresários do setor acreditam que haverá uma reforma ampla no setor de saúde para os próximos cinco anos no Brasil, que contemple questões regulatórias mais estáveis. Para 39% estas mudanças serão moderadas, enquanto 36% acreditam em mudanças pequenas.
“Embora as reformas na China e na Alemanha estejam ocorrendo de forma mais acelerada, o sistema de saúde em muitos países, sobretudo no Brasil, vem desenvolvendo políticas públicas que priorizam o acesso ao sistema médico hospitalar, às novas tecnologias e à criação de novas drogas. O programa Mais Saúde e a Farmácia Popular são exemplos desse movimento aqui no País”, conclui De Vettori.