Standard & Poors ameaça solvência da Alemanha


No final da tarde de ontem (5) a Europa foi surpreendida pelo anúncio da agência norte-americana de classificação financeira, a Standard & Poors (S&P), de colocar 15 países da região sob "vigilância negativa". A medida significa um possível rebaixamento da nota de crédito dessas economias, entre elas a Alemanha, que até então mantém o 'rating' máximo AAA.



No entanto, a chanceler alemã, Angela Merkel, reagiu com tranquilidade frente à ameaça. "O que uma agência de classificação faz, é de responsabilidade da própria agência. Nós iremos tomar decisões, nesta quinta e sexta-feira, que julgamos ser importante e imprescindível para a zona do euro e, dessa forma, contribuiremos para a estabilização da região", afirmou a chanceler, mas relembrou que o combate à crise é um "longo processo".



"Agora o caminho (de reformas) está traçado, também por meio do encontro de ontem com o presidente francês Nicolas Sarkozy e, dessa maneira, continuaremos ir à diante", ressaltou Merkel.



Além da Alemanha, França, Holanda, Áustria, Finlândia e Luxemburgo, bem como outros dez países da zona do euro, foram colocados sob 'vigilância negativa' e correm o risco de terem sua nota de crédito rebaixada no decorrer dos próximos três meses.



Outra agência de classificação financeira, a Moody's, apoiou a medida da S&P e divulgou um aviso de que "nenhum país da Eurozona estaria livre de um corte no rating".



Proposta alemã e francesa



Merkel e Sarkozy se reuniram ontem para discutir e formular medidas reformatórias para a zona do Euro, com o objetivo de conter a crise e alcançar a estabilidade da União Europeia (UE). Ao final do encontro, os dois chefes de governo apresentaram os planos de criar uma união fiscal europeia, bem como um novo tratado de integração.



O novo tratado implicaria regras mais rígidas de disciplina orçamental e a possibilidade de sanções imediatas contra os governos que não respeitem o limite de déficit, estipulado em 3% de seu Produto Interno Bruto (PIB). Ainda segundo a proposta, as sanções seriam aplicadas após a votação por "uma maioria qualificada de 85%" dos países do bloco, derrubando assim a atual regra da unanimidade.



A chanceler alemã e o presidente francês reiteraram ainda sua rejeição aos eurobônus como instrumento de resistência contra as pressões sofridas pelas dívidas soberanas dos países da Eurozona e manifestaram apoio à "independência" do Banco Central Europeu (BCE).



Segundo eles, o novo tratado poderá ser fechado entre os 27 Estados membros da União Europeia, ou em alternativa, somente entre os 17 países da zona do Euro, caso não seja possível contar com o apoio de todos. A meta é fechar o acordo até dia 9 de dezembro, para que seja apresentado na cúpula da UE.

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