UE aposta na promoção do empreendedorismo

Com o intuito de promover o empreendedorismo e a Pesquisa e Inovação na União Europeia (UE), os ministros do bloco responsáveis pelas áreas de competitividade empresarial e pesquisa se reúnem até amanhã (20) em Nicosia, capital do Chipre, em um encontro informal.

Na reunião, liderada pelo ministro do Comércio, Indústria e Turismo do Chipre, Neoklis Sylikiotis, e apresentada pelo Vice-Presidente da Comissão Europeia, Antonio Tajani, um dos pontos de convergência é que o empreendedorismo tem força para ser um grande motor de crescimento econômico para a UE, com atenção especial às pequenas e médias empresas (PMEs).

Dentre os temas discutidos durante a apresentação de ideias e propostas de incentivo, o empreendedorismo feminino ganhou destaque, pois, de acordo com Tajani, é “a maior fonte inexplorada de crescimento econômico e criação de emprego na Europa”.

Atualmente, as mulheres representam 34,4% dos trabalhadores independentes no bloco, 20% dos trabalhadores que atuam por conta própria na indústria e 30% dos proprietários das start-ups.

Uma das inspirações para as ações da Comissão Europeia (CE) é a Suécia. Em 2008, o país contabilizava mais de 131 mil empresas administradas por mulheres, representando um volume de negócios maior que € 35 milhões, um total de 358 mil funcionários e mais de € 6 milhões em pagamento de salários. Isso significa que 19% dos trabalhadores e 33% do volume de negócios das PMEs eram provenientes de companhias geridas por mulheres.

Enquanto as mulheres europeias têm, em média, o mesmo nível educacional que os homens, poucas decidem criar uma empresa, pelo menos durante os quinze anos seguintes ao fim da graduação. As maiores dificuldades relatadas pelas empreendedoras em potencial são: conciliar as atividades familiares e profissionais, maior dificuldade de acesso aos financiamentos e à extensão da formação acadêmica, falta de confiança e insegurança ao administrar negócios a longo prazo.

Ainda, as tendências observadas nesse grupo de mulheres é que preferem criar empresas em áreas que a família possa ajudar na gestão e não veem benefícios em ampliar seus negócios e aumentar o lucro se para isso tiverem que trabalhar muitas horas por dia e diminuir o tempo em família.

Para promover a conscientização e a motivação das mulheres para o empreendedorismo, a Comissão Europeia criou uma rede de “embaixadoras empresariais”, que fornece modelos e apoio durante a fase inicial das start-ups. Também existem ações para as seguintes áreas: o acesso ao financiamento e formação empresarial, serviços de creches e cuidados para os filhos, licença-maternidade para as trabalhadoras independentes e plataformas online de compartilhamento de experiências e oportunidades.

Agora, como complemento, a Comissão está preparando um plano de ação para o empreendedorismo que inclui novas medidas de incentivo às mulheres no ramo empresarial independente em toda a Europa.

Além disso, os ministros da UE acreditam que promover uma educação voltada ao empreendedorismo pode aumentar significativamente o índice de empregos entre os jovens.

 De acordo com um estudo recente, os jovens que seguiram algum curso voltado para a criação e gerência de empreendimentos na universidade encontram seu primeiro emprego com mais facilidade: 78% deles começaram seu primeiro período de trabalho imediatamente após a graduação, contra 59% dos que não tem esse perfil. Até agora, oito países lançaram uma estratégia específica para a educação, enquanto 13 irão incluí-la em outros planos de ação.  

Nesse sentido, a UE está desenvolvendo projetos em cooperação com as autoridades nacionais para fomentar as competências empresariais dos jovens, sobretudo no que diz respeito à preparação e treinamento de professores.

Creative Commons/ SeekingThomas
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