UE aumenta exportações ao Brasil

O Eurostat, Instituto de Estatísticas da União Europeia, divulgou, nesta sexta-feira (18), os resultados do comércio exterior entre o conjunto de 27 países da União Europeia (UE) e o Brasil de janeiro a setembro de 2012.

A entidade destacou que o fluxo comercial da UE com o Brasil teve um forte crescimento entre 2003 e 2008, caiu em 2009 e, depois, recuperou-se até alcançar um recorde em 2011. Naquele ano, as exportações do bloco ao País chegaram a €35,7 bilhões, e as importações, a €38,9 bilhões. Até 2011, a UE registrou um déficit contínuo no comércio com o Brasil, com um pico de €11,5 bilhões em 2007.

No entanto, os números do Eurostat para os primeiros nove meses de 2012 mostram um quadro diferente: as exportações do bloco ao Brasil ficaram em €29,6 bilhões (contra €26,2 bilhões no mesmo período de 2011), e as importações, em €28,5 bilhões (€29,9 bilhões em 2011). Como resultado, o déficit de €3,7 bilhões do comércio da União Europeia com o Brasil até o 3º trimestre de 2011 se transformou em um superávit de €1 bilhão no mesmo período de 2012.

De janeiro a setembro do ano passado, o País foi responsável por pouco mais de 2% das trocas comerciais da UE com o mundo, e foi seu 8º parceiro comercial mais importante.

Países em destaque

Entre os 27 membros da União Europeia, a Alemanha foi, de longe, o maior exportador para o Brasil nos três primeiros trimestres de 2012, com €8,9 bilhões ou 30% das exportações de bens do grupo. Em seguida, vêm França (€3,8 bilhões ou 13%), Itália (€3,6 bilhões ou 12%), Holanda e Reino Unido (ambos com €2,3 bilhões ou 8%). A Holanda foi o maior importador de bens do Brasil (€6,3 bilhões ou 22% do total do bloco), e após vêm Alemanha (€5,3 bilhões ou 18%), França (€2,8 bilhões ou 10%), Espanha, Itália e Reino Unido (todos com €2,7 bilhões ou 9%). Em relação à Holanda, o Eurostat chama atenção para o “efeito Roterdã”: como o porto holandês de mesmo nome serve de entrada para os produtos comprados por outras nações europeias, o nível de importações do país é superestimado.

Os maiores superávits no comércio exterior com o Brasil de janeiro a setembro de 2012 foram da Alemanha (+ €3,6 bilhões), França (+ €1 bilhão) e Itália (+ €0,9 bilhões), e os maiores déficits, da Holanda (- €4,1 bilhões), Portugal (- €0,7 bilhões) e Espanha (- €0,6 bilhões).

Mais de 85% das exportações da UE para o Brasil no período foram de bens manufaturados, enquanto que mais de dois terços das importações procedentes do país latino-americano foram de matérias-primas, alimentos e bebidas e energia.

Serviços e investimento

As exportações de serviços da UE para o Brasil aumentaram 16% entre 2010 e 2011, enquanto que as importações subiram 11%. Em 2011, o bloco exportou €11,5 bilhões em serviços ao País e importou €7,1 bilhões, alcançando um superávit de €4,3 bilhões, devido principalmente ao turismo (+ €1,5 bilhão), a taxas de royalties e licenciamentos (+ €1,3 bilhão) e a transporte (+ €0,8 bilhões).

De acordo com o Eurostat, os fluxos de Investimento Estrangeiro Direto (IED) da União Europeia com o Brasil têm sido bastante variáveis nos últimos anos. Em 2011, a UE investiu €27,5 bilhões no Brasil, comparados a €43,6 bilhões em 2010, €12,4 bilhões em 2009 e €9,5 bilhões em 2008, enquanto que o País investiu €3 bilhões no bloco em 2011, €10,2 bilhões em 2010, €1,2 bilhão em 2009 e €10,3 bilhões em 2008.

CCommons/Bert van Dijk
CCommons/Bert van Dijk