A indústria automobilística brasileira encerra mais um ano de resultados recordes. Em 2010, o mercado interno deverá contabilizar 3,45 milhões de carros vendidos, alta de 9,8% em relação ao ano passado, de acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
A entidade prevê desempenho positivo também em 2011, com alta de 5,2% na comercialização de veículos. De acordo com as projeções anunciadas nesta segunda-feira (6), a expansão da produção será sutil, de 1,1%, atingindo 3,68 milhões de unidades. Neste ano, ela ficará 14,4% acima dos resultados do ano passado.
Com o Real forte, no entanto, a competitividade do País continuará sendo afetada. As exportações deverão cair 5%, enquanto a participação dos veículos importados no mercado interno só cresce. Em 2008, eles representavam 13% das unidades comercializadas e, em 2011, deverão passar de 20%. Para o presidente da Anfavea, Cledorvino Belini, a curva ascendente das importações e a diminuição das vendas externas devem ser vistas como um sinal de alerta.
Conjuntura
Os países emergentes continuarão impulsionando as vendas de automóveis no mundo. Pela primeira vez na história, de acordo com a Price PricewaterhouseCoopers, eles deverão superar as economias ditas “maduras” em volume de produção.
Os investimentos estarão cada vez mais concentrados nos BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China), que responderão por 37% da produção mundial de automóveis até 2016. Com essa “mudança na geografia” da produção, países como Estados Unidos e Alemanha terão redução nos investimentos ao setor.
No entanto, a recuperação em alguns países da Europa mostra a retomada nas vendas dos veículos Premium. A Alemanha é um dos que se destacam nesse segmento e poderá se beneficiar com o aumento das exportações desse segmento.
