A Anfavea, Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, divulgou nesta segunda-feira (07) que as vendas de autoveículos (que incluem automóveis e comerciais leves, caminhões e ônibus) cresceram 4,6% em 2012 na comparação com 2011, fechando em 3,8 milhões de unidades comercializadas no mercado brasileiro no ano passado.
O resultado positivo foi puxado pelas vendas de 3,6 milhões de unidades de veículos leves (automóveis e comerciais leves), um aumento de 6,1% sobre 2011. Caminhões e ônibus tiveram quedas nas vendas de 19,5% e 16,8%, respectivamente.
A produção total de autoveículos caiu 1,9% no ano passado, justamente em função dos caminhões (cuja produção teve queda de 40,5%) e ônibus (-25,4%). Os veículos leves tiveram crescimento de 1,2%.
Segundo o 1º vice-presidente da Anfavea, Luiz Moan Yabiku Júnior, 2012 começou ruim para o setor, mas houve uma mudança no segundo semestre. "Nós fechamos a produção em 2012 com uma queda de 1,9%, mas, com as medidas de redução do IPI [Imposto sobre Produtos Industrializados] adotadas pelo governo federal a partir do final de maio e as novas taxas do PSI [Programa de Sustentação do Investimento], nós tivemos um crescimento da produção no segundo semestre de 2012 da ordem de 15%. Com isso, nós estamos prevendo para 2013 um crescimento de cerca de 4% na produção", afirmou.
IPI
Pelos cálculos da Anfavea, a redução do IPI resultou na venda de 400 mil unidades de autoveículos a mais em 2012, ou 10% em termos percentuais. Ainda de acordo com a entidade, após a manutenção do imposto reduzido, a média das vendas diárias subiu de 12,4 mil unidades (janeiro a maio) para 16,2 mil unidades (junho a dezembro), um aumento de 30,6%.
Moan acredita que as vendas ao mercado interno manterão o fôlego em 2013, mesmo após o aumento do IPI – a partir de janeiro, as alíquotas serão recompostas gradualmente (variando conforme a potência do motor do carro), até voltarem aos níveis normais em julho, com exceção dos caminhões, cujo imposto será zerado permanentemente.
"Nossa estimativa para esse ano é que o mercado cresça entre 3,5% e 4,5%. A fórmula que foi adotada pelo governo federal, de gradualidade [do aumento do IPI] durante o primeiro semestre, mostra-se uma atitude bastante coerente com nosso mercado. O segundo semestre de cada ano, historicamente, é melhor que o primeiro. Então, o governo mantém um estímulo parcial no primeiro semestre, e contamos com a sazonalidade de melhoria de mercado no segundo semestre", ressaltou.
Exportações
As exportações de autoveículos fecharam em queda em 2012, com 442 mil unidades vendidas ao exterior de janeiro a dezembro, contra 553 mil no mesmo período de 2011, uma redução de 20,1%. Em valores (incluindo autoveículos e máquinas agrícolas), a queda foi de 9,3%, passando de US$16,2 bilhões em 2011 para US$14,7 bilhões no ano passado.
A previsão da Anfavea é que as exportações se mantenham em US$ 14,7 bilhões em 2013, e que, em unidades, caiam para 420 mil, uma redução de 4,6%.