De um lado uma multinacional instalada em Vinhedo com o objetivo de automatizar o controle e criar métricas para o processo produtivo. Do outro, o Instituto de Pesquisas e Estudos Avançados Sorocabano (IPEAS), com intuito de proporcionar aos seus alunos oportunidades de colocar em prática o aprendizado de sala de aula ainda durante a graduação. Foi assim que iniciou-se a parceria entre a Balluff Brasil e a Faculdade de Engenharia de Sorocaba (Facens).
De acordo com Clemente Alonso, Gerente de Operações da Balluff Brasil, o intuito deste projeto fora apresentar de uma forma simplificada os conceitos da indústria 4.0 e a aplicação dos produtos da empresa. “A implementação do projeto possibilitou a gestão dos processos de encapsulamento e do fluxo de materiais, ter maior transparência e confiabilidade no processo, bem como o controle completo das variáveis com melhoria na qualidade dos produtos. Além da redução do tempo total de processo, melhoria do cumprimento dos prazos nas ordens de produção, e o fortalecimento da parceria da empresa com instituições de ensino e pesquisa,” explica.
Os sistemas da Balluff aplicados na sala de encapsulamento da empresa, opera 100% baseado no conceito da indústria 4.0, como a integração e automação de processos através de hardware e software, que permitem o gerenciamento dos lotes de fabricação dos produtos e o rastreamento das ordens de produção em tempo real. O principal ganho obtido com o sistema para a empresa, segundo Bruno Castellani, Coordenador de Serviços da Balluff Brasil foi a possibilidade de mapear não somente o tempo de produção, mas o tempo de cada fase produtiva, que não eram mensurados anteriormente, rastreando on-line as ordens de produção e criando indicadores de tempos para as etapas, o que permitiu à empresa identificar gargalos e pontos de melhorias.
“Tivemos a redução de 20% do tempo total do processo de encapsulamento, uma melhoria do atingimento do prazo de entrega das ordens de produção para estoque de 81% para 92% e das ordens de produção sob encomenda para 98%. Além disso obtivemos uma redução do tempo entre o momento do pedido do produto até a entrega do mesmo para estoque de sete para seis dias e o de encomendas para três dias. Isso demonstra aos nossos clientes como o conceito da indústria 4.0 pode melhorar a competitividade e também mostrar a aplicabilidade de nossas tecnologias” expõe Castellani.
Para o diretor de pesquisas da Facens, Antônio Carlos Gomes Junior, o grande ganho obtido com o projeto é oferecer interfaces de trabalho conjunto com benefício mútuo aos alunos e a empresa. “A interação contínua entre empresa e escola é uma excelente oportunidade. Neste contexto, os alunos têm acesso à pesquisa aliada a obtenção de experiência profissional, grande potencial para desenvolver novas tecnologias e estabelecer rede de contatos. Em contrapartida, as empresas que contribuem para a formação profissional, têm como principal vantagem à inovação tecnológica, a melhoria contínua de processos e aliado a isso, menores custos, ” afirma Junior.
O projeto resultou na instalação de um painel na produção, onde são apresentadas as ordens em processo produtivo, qual a etapa de cada uma, os tempos estipulados e o próximo passo. Ao concluir uma fase produtiva, o sistema a destaca no painel de controle e emite um aviso sonoro para o operador, sem a necessidade a intervenção manual, utilizando a tecnologia RFID, que utiliza a frequência de rádio para a captura de dados.
“Infelizmente, no Brasil, as parcerias deste gênero ainda não são comuns. Isto se deve principalmente a uma falta de cultura local e falta de comunicação. As empresas têm que ter mão de obra tecnicamente qualificada e nossa instituição acredita piamente que um caminho certo e estratégico é de estabelecimento de parcerias. Nosso mote é de trabalhar o que o mercado precisa mantendo e ampliando o nível de empregabilidade e contribuindo para o desenvolvimento e o necessário ganho de produtividade para nosso país e nossa comunidade, ” finaliza Junior.
Para Adriana Silva, CEO da Balluff, parcerias entre o meio corporativo e o mundo acadêmico são eficientes para suprir necessidades da sociedade e são atributos comuns e marcantes em países mais desenvolvidos. “Em nosso país, precisamos amadurecer e incentivar essa relação que é benéfica para os dois lados, pois afeta diretamente no futuro profissional dos estudantes e na transformação do Brasil com as empresas, ” finaliza.
Foto: Divulgação Balluff Brasil