Hospital Alemão Oswaldo Cruz participa de estudo internacional sobre aumento do uso de antibióticos durante a pandemia

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O Hospital Alemão Oswaldo Cruz é o coordenador brasileiro do estudo The Impact of Covid-19 on Antibiotic Use & Antimicrobial Resistance, trabalho internacional e multicêntrico que tem como objetivo avaliar o impacto da Covid-19 sobre o uso de antibióticos durante a pandemia e o possível aumento da resistência bacteriana decorrente deste uso. O estudo é financiado pelo governo americano, por meio do Centros de Controle e Prevenção de Doenças (em inglês Centers for Disease Control and Prevention– CDC) de Atlanta. Também participam da iniciativa órgãos do CDC instalados na Ásia (Filipinas e Indonésia) e na América do Sul, com dois hospitais participantes na Argentina, dois no Chile.

No Brasil, além do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, responsável pelo estudo no país, participam o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e mais de trinta pesquisadores entre médicos, farmacêuticos, enfermeiros, microbiologistas da Divisão de Laboratório Central do HCFMUSP e do Laboratório Fleury. O estudo conta ainda com o suporte da área de tecnologia da informação e inteligência hospitalar.

De acordo com o Dr. Ícaro Boszczowski, Infectologista do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e coordenador nacional do estudo, no início da pandemia de Covid-19, como a doença era desconhecida e grave, muitas vezes simulando doenças bacterianas em pacientes de terapia intensiva, o uso de antibióticos foi considerado um importante aliado para combater possíveis complicações desta doença viral. Isso pode ter contribuído para o desenvolvimento de bactérias mais resistentes aos antibióticos.

“Queremos avaliar o impacto da Covid-19 na resistência bacteriana e no uso de antibióticos. Quando se faz uso excessivo de antibiótico, acaba-se por selecionar bactérias mais resistentes porque todas aquelas que são sensíveis à medicação morrem e sobram aquelas mais ‘fortes’. Além disso, a taxa de mortalidade dos pacientes infectados por microrganismos resistentes é maior do que daqueles infectados pelos sensíveis aos antibióticos. E a pesquisa pretende avaliar se, de fato, a pandemia contribuiu para o aumento de bactérias resistentes nas regiões envolvidas no estudo”, esclarece.