A Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha de São Paulo (AHK) promoveu na última quinta-feira (7) o Seminário sobre Incentivos à Inovação, organizado por meio de seu Departamento de Inovação e Tecnologia. O evento teve como objetivo discutir formas de fomentos no cenário brasileiro, além de traçar um comparativo com outros países europeus e apresentar um case de sucesso da Siemens.
Após a abertura do diretor executivo da AHK – São Paulo, Thomas Timm, Naldo Dantas, secretário geral da Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (ANPEI) apresentou uma visão geral sobre os incentivos no Brasil.
Segundo Dantas, o caminho para se conseguir algum tipo de fomento é muito denso e demanda um acompanhamento bastante intensivo, devido à complexidade burocrática, os custos de transição e os desafios no processo de análise dos projetos pelo Governo – que muitas vezes oscila no entendimento sobre o conceito “inovação”. Uma das soluções, de acordo com o executivo da ANPEI, seria formar um “pacote” de linhas de financiamento e processos que ajudem a empresa a usar da melhor maneira possível seu dinheiro, reduzindo a burocracia e minimizando os dispêndios de uma ideia inovadora.
Após esse momento, foi a vez de Valter Pieracciani, sócio e fundador da Consultoria Pieracciani e Pritchet do Brasil, que explicou sobre os principais processos envolvidos na concessão dos incentivos.
Para Pieracciani, além de formar esse “pacote”, é muito importante o papel de um especialista no caminho antes e após a concessão de um fomento, já que o gerenciamento de resultados está se dificultando cada vez mais. Além disso, é crucial para a empresa traçar periodicamente um portfólio, a fim de visualizar de forma efetiva quais os projetos que devem ou não dar continuidade. Uma das grandes questões apontadas por ele é que as companhias brasileiras não têm uma cultura de inovação.
Engenheiro de formação, Pieracciani afirma que o fato da inovação gerar desenvolvimento econômico é incontestável. Entretanto, o cenário desvantajoso se constitui, segundo ele, devido a alguns fatores: 1. As empresas subestimam seu potencial e não enxergam a inovação em suas ideias; 2. As formas de fomento oferecidas pelo Governo são mal utilizadas; 3. Os programas são atribuídos às equipes erradas; 4. É preciso parar de sonhar e fazer acontecer.
Logos após, António Marques, diretor técnico de Projetos P&D e Incentivos da multinacional F.Iniciativas, traçou um comparativo entre subsídios brasileiros e de outros países da Europa. Um exemplo citado por ele em relação à Alemanha, é que, diferentemente da Lei do Bem no Brasil, o país direciona seus fundos a pequenas e médias empresas (PMEs) e startups, por meio do banco de desenvolvimento alemão (KfW) ou do programa Länder.
Ao final, Ronald Dauscha, diretor corporativo de Estratégia e Inovação no Grupo Siemens do Brasil, apresentou exemplos práticos envolvendo a empresa na qual é colaborador. Segundo ele, é necessário estabelecer uma visão da empresa em relação à inovação. “A Siemens deseja ser inovadora para criar valor sustentável”, e entender que inovação é uma ideia nova que gera valor.
No processo de implementação de um projeto de inovação, a companhia atua em três vertentes: Gestão de Inovação, Propriedade Intelectual e Normalização & Regulamentação e Estratégia. De acordo com Dauscha, a empresa é responsável por oito centros de pesquisa e desenvolvimento (P&D) no Brasil, distribuídos pelas cidades de Manaus, Curitiba, Belo Horizonte, Jundiaí, Rio de Janeiro e Canoas, e firma parcerias acadêmicas com instituições importantes: Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), UNICAMP, UFRJ, PUC Paraná e USP.
Após a apresentação do case de sucesso, os palestrantes foram convidados a integrar uma mesa redonda e abrir o diálogo para os convidados presentes.
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