Um experimento realizado por cientistas do centro de pesquisa Deutsches Elektronen-Synchrotron (DESY), em Hamburgo, na Alemanha, demonstrou que o núcleo atômico pode se tornar transparente. Publicada na edição desta quinta-feira (09) da revista Nature, a pesquisa é considerada importante para o desenvolvimento de computadores quânticos, que poderão substituir os atuais com velocidades de processamento hoje impossíveis de serem atingidas.
Segundo informações da Agência Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), a técnica utiliza o efeito da transparência induzida eletromagneticamente e permite que materiais opacos possam se tornar transparentes para a luz em certos comprimentos de onda como o raio X.
Pelo efeito da transparência induzida eletromagneticamente, com um laser intenso em uma determinada frequência é possível fazer com que um material não transparente se torne transparente para a luz de outra frequência. Esse efeito é promovido pela interação complexa da luz com a eletrosfera, onde estão os elétrons.
“O resultado de alcançar a transparência no núcleo atômico é, em suma, o efeito da transparência induzida eletromagneticamente sobre o núcleo. Certamente que ainda há um longo caminho a percorrer até que o primeiro computador com luz quântica se torne realidade. Entretanto, com esse efeito fomos capazes de realizar uma classe completamente nova de experimentos de óptica quântica de alta sensibilidade”, disse Ralf Röhlsberger, pesquisador que lidera o projeto.
O grupo alemão também demonstrou outro paralelo do efeito da transparência induzida eletromagneticamente: a luz presa em uma cavidade óptica viaja a uma velocidade de apenas alguns metros por segundo. Normalmente a velocidade é a da luz, de cerca de 300 mil quilômetros por segundo.