Cooperação é o grande objetivo do 3º Diálogo Brasil-Alemanha de Ciência, Pesquisa e Inovação. O intercâmbio entre os dois países já existe em diversas áreas, das Artes à Nanotecnologia e à pesquisa aeroespacial. Segundo o coordenador de programação do evento, Marcio Weichert, o intercâmbio é ainda mais intenso nas áreas da Engenharia, Ciências Biológicas e nos campos relacionados à sustentabilidade, como energias renováveis, gestão de recursos hídricos e manejo florestal.
“A Alemanha é líder em tecnologias ambientais, na geração de energias renováveis, eficiência energética ou mobilidade elétrica. Outro destaque é a gestão da inovação, especialmente a partir do modelo Fraunhofer, hoje uma referência na construção do sistema de inovação do Brasil; que por sua vez possui excelentes grupos de pesquisa, por exemplo, nas Ciências Agrárias”, afirma Weichert.
Na visão dele, as diferenças culturais entre os dois países não são entraves para esse intercâmbio. Ao contrário, em alguns aspectos, podem até contribuir. “Um exemplo típico de diferença é a flexibilidade brasileira versus a disciplina e a organização alemãs. Os alemães aprendem a usar a criatividade quando algo não sai como previsto e os brasileiros passam a valorizar o planejamento e a disciplina para que o trabalho tenha um resultado concreto e positivo”, diz o coordenador.
Dessa maneira, o evento oferece à comunidade acadêmico-científica brasileira a oportunidade de se interar sobre as pesquisas que atualmente são desenvolvidas na Alemanha.
“Criamos uma oportunidade especial para que pesquisadores alemães e brasileiros discutam os temas do momento, descubram afinidades e motivem-se para formar parcerias científicas. Também buscamos atrair executivos e profissionais de inovação em empresas, com o objetivo de estimular a transferência de conhecimento para o setor econômico”, explica Weichert.
Matemática em pauta
De acordo com o coordenador do Centro Alemão de Ciência e Inovação, o projeto “Fenômenos dinâmicos em redes complexas” é um exemplo de cooperação no campo da Matemática Aplicada, uma vez que é fomentado bilateralmente pela Sociedade Alemã de Amparo à Pesquisa (DFG) e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), e baseado no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
“Oito instituições dos dois países participam desse projeto. Seus pesquisadores investigam, entre outras coisas, como usar a Matemática para identificar padrões em alguns fenômenos naturais, a fim de entendê-los e encontrar soluções, na área da Meteorologia ou nas Neurociências, por exemplo. O primeiro painel do nosso Diálogo abre espaço para este grupo de pesquisadores apresentarem resultados de seu trabalho e discuti-los”, explica Weichert.
Centro Alemão de Ciência e Inovação – São Paulo