Empresas alemãs pesquisam menos do que concorrentes

O Centro Alemão de Pesquisa Econômica (DIW, sigla no alemão) divulgou os resultados de um estudo internacional que mostra que as empresas alemãs ficam atrás no que diz respeito à pesquisa e desenvolvimento. De acordo com o documento, quando se trata de pesquisa intensiva, as organizações no país são menos ativas do que suas concorrentes no Japão, Finlândia, Suécia, Suíça, Dinamarca e Estados Unidos.

Enquanto no Japão, as empresas investem cerca de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) em P&D, na Alemanha são investidos somente 1,8%. A análise também revelou que o volume aplicado em P&D pelas grandes empresas é menor na Alemanha do que em outros países europeus – 3,5% do faturamento das grandes empresas alemãs contra 5% para grandes companhias da Dinamarca, Finlândia, Países Baixos e Suécia.

"Isso é verdade para todas as empresas alemãs, mas não na comparação entre as concorrentes de cada um dos setores", explicou Heike Belitz, pesquisadora do DIW responsável pelo estudo "As grandes empresas alemãs pesquisam pouco?"

Segundo o DIW, o problema não é a intensidade de pesquisa dentro das empresas, mas sim sua fraca participação em setores que se caracterizam por intensa atividade nas áreas de P&D, como por exemplo, o setor farmacêutico, de tecnologia da informação e de produção. "Na indústria química, engenharia mecânica e engenharia elétrica, as empresas alemães gastam muito mais do que a concorrência dos EUA, Japão ou Europa", informou Belitz. Mesmo na indústria farmacêutica, as alemãs estão apenas atrás das concorrentes japonesas, mas bem à frente das norte-americanas e outras europeias.

Na opinião da pesquisadora, o problema é a fraca presença de grandes companhias alemãs em áreas de intensiva demanda em P&D. "A questão não são as empresas em si, mas a estrutura da indústria", afirmou Belitz. Para ela, a solução não está em incentivar as grandes empresas a investir mais em P&D e sim em "estimular o crescimento de novos negócios nos setores do futuro"

SXC
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