O Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) lançou na quinta-feira (29), em São Paulo, o programa Start-up Brasil. A iniciativa do governo pretende selecionar empresas aceleradoras que irão adotar start-ups de base tecnológica e contribuir com o desenvolvimento e consolidação desses novos empreendimentos.
Fruto de um ano e meio de trabalho e preparação, o Start-up Brasil foi apresentado pelo ministro da pasta, Marco Antonio Raupp, e pelo secretário de Política de Informática do MCTI, Virgilio Almeida. A partir desta sexta-feira (30), o edital para seleção das aceleradoras já está disponível e publicado no Diário Oficial da União (DOU), abrindo a primeira etapa do programa.
As empresas interessadas em participar têm até o dia 31 de janeiro para preparar propostas de atuação e enviar candidatura ao MCTI. Serão selecionadas até seis aceleradoras, que irão atuar com quarenta start-ups em 2013. A seleção acontecerá de acordo com quatro critérios: estrutura e equipe; rede de relacionamento; acesso aos mercados nacional e internacional; e a capacidade e interesse da aceleradora em fomentar o negócio de uma empresa recém-formada, item chamado de “mão-dupla” pelo Ministério. O resultado da seleção será divulgado em 1º de março.
Empresas nacionais e estrangeiras podem se inscrever, desde que atuem no Brasil. “Nós queremos start-ups inovadoras, não apenas para o cenário nacional, mas para o mercado internacional”, afirmou Almeida. Candidatas do setor público também podem participar. Segundo o secretário, a atração de estados e municípios interessados em abrir polos de tecnologia e empreendedorismo é um caminho possível e faz parte dos objetivos do programa.
Para a seleção das start-ups, ainda não foram estabelecidos os critérios que serão adotados, o que deve acontecer em abril. Almeida anunciou um aporte de R$ 200 mil para cada uma delas, com recursos do ministério, e afirmou que a administração do dinheiro será feita pelas próprias start-ups. A duração do ciclo de aceleração será de seis meses a um ano, e terá a sua primeira fase de junho de 2013 a junho de 2014. Até 2015, está prevista a participação no programa de um total de 150 empresas recém-criadas e investimentos de R$40 milhões.
Como parceiros da iniciativa, o ministério conta com a Academia Brasileira de Ciência e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). Esta última irá administrar escritórios ao redor do mundo para atração de investimentos em start-ups com atuação no Brasil. O primeiro local no exterior previsto para a instalação de um escritório é o Vale do Silício, na Califórnia, Estados Unidos.
O Start-up Brasil faz parte do plano TI Maior, lançado em agosto de 2012, e tem como objetivo posicionar o Brasil como protagonista global nos setores de software e serviços de TI (Tecnologia da Informação). “O Brasil desfruta de posição privilegiada nesse campo. Certamente, com uma maior integração entre governo, comunidade científica e setor privado, o País potencializa sua capacidade de formação e aumenta a sua competitividade”, afirmou Marco Antônio Raupp. Para o futuro, Raupp ainda indicou a intenção de ampliar o programa para outros setores como óleo e gás, mineração e financeiro.