Smartphones com GPS têm ajudado motoristas perdidos em várias grandes cidades no Brasil e no mundo, mas, até agora, não serviam para quem fica desorientado em grandes edificações como shopping centers e pavilhões de feiras e exposições. “Não seria de grande ajuda se, nessas situações, o smartphone pudesse se transformar em um navegador de interiores e indicar o caminho entre as fileiras de lojas e escadas rolantes?”, perguntou a si mesmo Harald von Rosenberg, gerente de projetos no Instituto Fraunhofer de Engenharia de Produção e Automação, baseado em Stuttgart (Alemanha).
A divagação de von Rosenberg se transformou no sensor MST-Smartsense, desenvolvido no âmbito do projeto de cooperação com o Ministério Alemão de Educação e Pesquisa, e que contou também com a parceria de empresas como a Robert Bosch e outras unidades do Instituto Fraunhofer. Os pesquisadores desenvolveram um sensor para navegação em interiores que é do tamanho de uma unha, ideal para smartphones.
Similar aos pedômetros convencionais – aparelhos que medem a quantidade de passos dados e a convertem em metros percorridos – o sensor registra quão rápido e quão longe uma pessoa caminha, mas é muito mais preciso e inteligente que os produtos encontrados no mercado, porque ele capta inclusive a direção na qual a pessoa está se movimentando. Além disso, um pedômetro comum tem que ser programado, antes de ser utilizado, com as informações do usuário, como peso e comprimento do passo, o que dificulta o uso por mais pessoas.
O aparelho desenvolvido pelo Instituto Fraunhofer tem sensores combinados que registram a movimentação do corpo e o seu alinhamento em relação ao campo magnético da Terra. Essa espécie de fusão de sensores permite um mapeamento altamente preciso do padrão de movimentação do usuário – e ele não precisa “calibrar” o dispositivo previamente. O sensor, por si só, detecta se a pessoa tem pernas longas ou se está dando apenas pequenos passos. Isso é possível porque von Rosenberg “treinou” o software usando os padrões de passos de vários indivíduos. Assim, ele instantaneamente registra como uma pessoa caminha e, com isso, consegue estimar o exato comprimento do seu passo.
A nova tecnologia requer, no entanto, que os usuários de smartphones possam fazer o download das plantas tridimensionais das construções para que o sensor identifique e indique os melhores caminhos.