Kienbaum discute sobre o tema “trabalho 4.0”

A tecnologia alterou o ambiente de trabalho com a quarta revolução industrial. Atualmente, por exemplo, as máquinas estão dotadas de inteligência e da capacidade de se aperfeiçoar aos diferentes cenários — como o machine learning. Toda essa realidade transformou as relações e as obrigações dos seres humanos, introduzindo o conceito de trabalho 4.0.

Atualmente, 48% das empresas brasileiras afirmam ter planos de investir em digitalização. Essa tendência vem seguindo um padrão de crescimento dos últimos anos e mostra como as indústrias nacionais de diferentes setores começaram a repensar seus processos internos com o uso de recursos automatizados.

Com as tarefas repetitivas e operacionais sendo designadas aos computadores, o papel humano migrou para um cenário transformacional. É este o primeiro desafio proposto pelo trabalho 4.0. Entretanto, antes de falarmos sobre suas especificidades e seus benefícios, precisamos abordar o significado do conceito. Continue a leitura e confira!

O que é o trabalho 4.0?

O trabalho 4.0 automatiza uma série de atividades repetitivas. Dessa forma, os funcionários não ficam mais responsáveis por sistemas operacionais durante a jornada de trabalho, deixando a tarefa para as próprias máquinas.

Tal tendência está extremamente ligada aos conceitos da indústria 4.0, que é a parte industrial da Internet das Coisas. Nesse preceito, todos os equipamentos são conectados por meio de redes para que, então, trabalhem de forma automatizada.

Consequências

Com a automatização dos processos e a comunicação entre as máquinas, o ser humano poderá, entre outras coisas, alimentar o sistema de inteligência da indústria 4.0 com um pensamento mais estratégico.

Nesse cenário, o colaborador deve problematizar o novo papel que adquire dentro do ambiente de trabalho, abstraindo sua antiga função como a única habilidade disponível para a empresa. Ou seja: ele precisará superar a ideia de que é responsável por uma parte, passando a considerar o todo de uma produção.

O trabalho 4.0 exige, portanto, um contexto multidisciplinar. Mas vale salientar que isso não significa ser um profissional que consegue fazer de tudo, mas sim que tenha potencial de análise e sintetização aprofundada.

Características

Nessa nova perspectiva, o colaborador passa a ser requisitado por sua capacidade de transformação — e não mais por sua habilidade transacional, característica voltada ao que é repetitivo. A partir de então, o funcionário se envolve no trabalho por suas capacitações sociais e pessoais.

Portanto, ele começa a se relacionar com o ambiente de forma mais complexa. Seu desempenho não será mais medido pela habilidade de repetir uma ação, mas sim por motivar, engajar, mudar, direcionar etc.

A partir daí, o trabalho 4.0 propõe prerrogativas diferentes: as características pessoais são contempladas para fortalecer o trabalho em equipe. Além disso, ao deixar as funções transacionais por conta da automação, o colaborador consegue focar sua energia em aspectos estratégicos, aumentando a capacidade de se envolver e alterar o meio no qual está inserido.

Quais são os impactos para os colaboradores e a empresa?

As adequações propostas pelo trabalho 4.0 impactam diretamente a vida da equipe. Afinal, seus membros precisam alterar a perspectiva dentro da empresa, o que proporciona novas maneiras de pensar e encarar os processos.

Menos repetições

O benefício imediato é que o colaborador não ficará encarregado de trabalhos repetitivos. Isso sugere uma maior capacitação e preparação. Estar conectado com o mundo digital é essencial, mas, para além disso, é necessário que a pessoa consiga encarar as ferramentas tecnológicas como suporte para inovar.

A inovação não precisa ser vista como algo disruptivo: também é possível inovar ao otimizar os processos internos. Nesse sentido, o colaborador deve estar preparado para não se limitar às suas funções dentro da empresa, mas sim permanecer motivado a participar e apresentar novas soluções.

Quando se automatiza uma linha de produção ou do telemarketing, por exemplo, nem todos os profissionais estão preparados para o novo ambiente tecnológico. Portanto, é importante que o colaborador se mantenha capacitado dentro desse novo contexto de transformação.

Colaboradores com papel mais estratégico

O ideal do trabalho 4.0 é posicionar o ser humano em uma função verdadeiramente diferencial. O objetivo é que o trabalhador fique mais estratégico e preparado para participar de um cenário disruptivo.

Esse novo pensamento impactará a rotina das organizações. Ao contar com profissionais dispostos a oferecer alternativas inovadoras a fim de alcançar um objetivo, é natural que as indústrias consigam melhorar a comunicação interna e otimizar a produção.

Um ambiente que incentiva a competência digital dos colaboradores e a reflexão sobre seus processos nos diferentes setores proporciona melhorias que podem favorecer os resultados obtidos. É possível diminuir custos, agilizar linhas de produção, aprimorar o atendimento ao cliente etc.

O que os gestores precisam saber sobre o trabalho 4.0?

Com toda essa transformação no campo profissional, naturalmente o conceito de liderança se torna outro. Não haverá características importantes do ponto de vista da imposição de caminhos para os colaboradores, pois o líder se baseará no engajamento e na motivação.

O papel desse novo profissional é diferente. Afinal, ele não será mais exercitado pelo conhecimento — já que todos devem estar nivelados no relacionamento com o mundo digital —, mas sim pelo trabalho como indivíduo e pela responsabilidade de despertar o potencial dos colaboradores.

O gestor deve se preparar para a mudança nesse papel de liderança. É preciso ser inclusivo, saber ouvir e deixar as pessoas participarem ativamente dos processos. Também é fundamental conhecer as competências dos colaboradores, assim como as suas, para conseguir utilizá-las no dia a dia.

Familiaridade com o mundo digital e reforço do lado humano

Estar integrado ao cenário digital, conhecendo as tecnologias que vão alterar seu ambiente de trabalho e a atividade executada, também é imprescindível. Afinal, serão necessárias ferramentas para o monitoramento de desempenho e controle analítico de todas as etapas da produção.

O gestor deve reforçar seu lado humano e desenvolver suas competências socioemocionais, como o respeito e a empatia. Dessa forma, será possível gerir grandes equipes, trabalhando conjuntamente para atingir um ideal. Esse relacionamento não ocorrerá mais pelo simples poder hierárquico, mas também pelo pessoal.

Como vimos, o trabalho 4.0 propõe uma alteração contínua na rotina das empresas. Para tanto, é preciso ter um controle próximo das evoluções geradas pelas ferramentas tecnológicas e pelo envolvimento dos profissionais. Esse cenário disruptivo exige preparação e uma compreensão analítica de todo o processo produtivo.

Divulgação: Kienbaum