O Centro Alemão de Ciência e Inovação São Paulo (DWIH-SP) promove, pelo terceiro ano consecutivo, o evento Diálogo Brasil-Alemanha de Ciência, Pesquisa e Inovação, uma de suas principais ferramentas para promover contatos e discussões tanto entre instituições quanto entre profissionais de ensino, pesquisa e inovação. Neste ano, o encontro acontece nos dias 30 de setembro e 1º de outubro, na Biblioteca Mário de Andrade, no Centro de São Paulo, com uma programação que engloba uma conferência, dois painéis, uma publicação e momentos para networking.
“A cada ano temos escolhido temas que estejam na ordem do dia em ambos os países, estimulando a troca de informações e de pontos de vista sobre pesquisas, bem como a formação de novas parcerias para pesquisa conjunta e a consolidação daquelas já existentes”, afirma Marcio Weichert, coordenador do DWIH-SP.
As expectativas para a realização desta terceira edição são as melhores possíveis. “Fomos cuidadosos na seleção dos temas e dos palestrantes. Como consequência, esperamos que o debate seja intenso e frutífero e que os encontros rendam novas ideias, parcerias e projetos, tanto científicos quanto com participação do setor econômico, aplicando o conhecimento científico em inovações que possam melhorar a qualidade de vida de todos”, declara Weichert.
O coordenador do DWIH-SP explica que, durante o evento, os cientistas informam-se e discutem sobre o que seus colegas do outro país estão pesquisando e seus resultados.
“Esta circulação de conhecimento é importante para o avanço da ciência. Ao mesmo tempo, o Diálogo serve para conectar estes cientistas para que, havendo afinidades, construam projetos conjuntos de pesquisa, uma vez que a internacionalidade de um grupo de pesquisa o enriquece com a bagagem científica de cada país, com as formas diferentes de se trabalhar, pensar, analisar”, destaca.
“O nosso evento vem ganhando prestígio como plataforma para conectar os cientistas”, diz Weichert.
A matemática dá a letra
A terceira edição do evento tem como tema principal a matemática. Desenvolver métodos para despertar e manter o maior interesse dos alunos pela matemática moderna, com aulas voltadas à resolução de problemas da vida real, é desafio para pesquisadores alemães e brasileiros.
“Até parece que temos bola de cristal”, brinca Weichert ao lembrar que, no ano passado, o tema do evento foi mobilidade e espaço urbano, antes mesmo das manifestações de junho, que levaram para as ruas estes temas como reivindicações da sociedade.
“Este ano, identificamos a matemática como um tema relevante em ambos os países, antes que uma sequência de notícias no Brasil confirmasse nosso faro: a medalha Fields para o matemático Artur Ávila, o recorde de medalhas brasileiras na Olimpíada Internacional de Matemática e o anúncio do Rio de Janeiro como primeira cidade no hemisfério sul para sediar o próximo Congresso Mundial de Matemática”, destacou Weichert.
Mas a escolha vai além da conquista da medalha Fields. Segundo dados dos resultados da avaliação de 2012 do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa, na sigla em inglês), os jovens alemães evoluíram em sua capacidade de resolver problemas em comparação ao mesmo estudo de 2003, embora não estejam entre os melhores do mundo. Por sua vez, o Pisa revelou uma realidade preocupante quanto à competência matemática dos alunos no Brasil – eles ficaram em 58o lugar no ranking que considerou 65 nações.
“Brasil e Alemanha formam matemáticos de excelência, mas no geral registram baixo interesse dos jovens por carreiras que requerem bons conhecimentos da disciplina, como as tecnológicas”, afirma Weichert, ao ressaltar que ambos os países identificam pontos fracos no ensino nas escolas e buscam novas formas de motivar os jovens para a matemática.
Estímulo ao estudo da ciência
O evento é destinado a um público amplo e não somente aos profissionais de uma área científica específica, o que é um desafio na opinião de Weichert.
“Queremos que o Diálogo não seja um encontro apenas entre os cientistas dos temas em questão, mas que outros cientistas também se interessem e usem o encontro como uma oportunidade para trocar suas informações de outras áreas e seus pontos de vista.”
Além disso, o coordenador do DWIH-SP também espera que os agentes institucionais estejam presentes, presenciando o intercâmbio científico pelo qual eles são responsáveis na forma de gestores de políticas científicas e de fomento.
“E não menos importante é a participação de profissionais e representantes de empresas ligadas à inovação para promover a transferência de conhecimento do meio científico para o produtivo”, complementa.
Centro Alemão de Ciência e Inovação – São Paulo