Ao colocar seu carro de testes S 500 INTELLIGENT DRIVE para percorrer uma rota histórica entre duas cidades alemãs em agosto deste ano, a Mercedes-Benz se tornou (segundo informações da própria companhia) a primeira montadora a demonstrar a viabilidade da direção autônoma tanto em ambientes urbanos quanto interurbanos.
A rota em questão cobre os 100 quilômetros entre Mannheim e Pforzheim e refaz o caminho traçado pela pioneira automobilística Bertha Benz (esposa de Karls Benz, o inventor do automóvel movido a gasolina) há exatamente 125 anos, quando ela empreendeu a primeira viagem de carro de longa distância.
No trânsito pesado do século 21, o carro autônomo da Classe S da Mercedes teve que lidar sozinho com diversas situações complexas – semáforos, rotatórias, pedestres, ciclistas e bondes. A Mercedes destaca que a rota foi percorrida com sucesso utilizando tecnologias próximas às já disponíveis nos veículos das Classes S e E. Com base em avanços das tecnologias de sensores dos modelos, os pesquisadores da Mercedes prepararam a plataforma tecnológica do carro-teste para “saber” autonomamente onde o veículo está, o que ele vê e como reagir.
“O S 500 INTELLIGENT DRIVE explicita o grande potencial das tecnologias já existentes”, afirma o CEO da Daimler e presidente da Mercedes-Benz, Dieter Zetsche. “Para nós, veículos autônomos são um importante passo no caminho do trânsito livre de acidentes. Eles trarão maior conforto e segurança para motoristas e pedestres. Isso porque os carros autônomos também reagem quando o motorista estiver inativo ou não identificar alguma coisa importante, além de pouparem o condutor de tarefas tediosas ou difíceis ao volante.”
Parcerias
Sem serem notados pelo público, mas com autorização das instâncias devidas e certificação da Autoridade Alemã de Inspeção Técnica, os testes com o carro autônomo da Mercedes na rota de Bertha Benz começaram no início de 2012, com um total de três plataformas tecnológicas baseadas nas Classes E e S. Melhorias foram feitas em relação ao número e ao posicionamento dos sensores já empregados nesses modelos, de modo a se conseguir uma cobertura completa dos arredores do carro em todas as direções e a se obter informações adicionais sobre toda área em volta do veículo.
A partir dos dados desses sensores e da posição do carro determinada com a ajuda de um mapa digital, o veículo autônomo analisou a área livre para se movimentar e planejou sua própria rota. Os algoritmos necessários para as operações foram desenvolvidos pela equipe de pesquisa da Mercedes em colaboração com o Instituto de Tecnologia de Karlsruhe (KIT). Para a rota de Bertha Benz, a montadora também teve a colaboração da HERE, uma divisão da Nokia que desenvolve mapas digitais e serviços de localização, para produzir um mapa digital em 3D do caminho entre Mannheim e Pforzheim, especialmente adaptado às exigências de um veículo autônomo. Adicionalmente ao desenho da estrada, o mapa incluiu informações acerca do número e direção das ruas e das placas de sinalização, além da posição dos semáforos. A Mercedes frisa que esse tipo de mapa digital é um pré-requisito chave para a direção autônoma, e, por isso, a montadora e a HERE continuarão a colaborar no futuro no desenvolvimento de mapas 3D inteligentes para os carros autônomos.
