Smart Grids: da teoria para a prática

Motivados principalmente pelas questões climáticas e de proteção ao meio ambiente, governos e concessionárias privadas de energia começam a lançar projetos de instalação de redes inteligentes.


A razão varia de região para região. Na Europa, a busca pela eficiência no uso da energia renovável gerada em pequena escala foi o que motivou os projetos de Smart Grids em andamento.


Na Itália, as redes inteligentes já são uma realidade. O que acelerou o processo no país foi o alto índice de inadimplência e o furto de energia elétrica, através dos famosos “gatos”. Com as Smart Grids as concessionárias conseguem identificar quem não está pagando a conta de energia e cortar o fornecimento ao apertar uma tecla de computador.


Na América Latina, o consumo da eletricidade per capita ainda é muito pequeno quando comparado a países desenvolvidos. De acordo com Cyro Vicente Boccuzzi, presidente da ECOee, empresa de consultoria na área de energia, cada pessoa nesta região gasta, em média, 7,6 vezes menos energia do que um americano e 3,25 vezes menos do que um europeu. Por esse motivo, os esforços estão concentrados na expansão da oferta de energia, mais do que na busca da eficiência.


Projetos em andamento


Durante o III Fórum Latino-Americano de Smart Grid, representantes de algumas empresas de energia do País apresentaram seus projetos e investimentos.


A Cemig, concessionária de energia do Estado de Minas Gerais, lançou em 2009 o projeto “Cidades do Futuro“ e pretende instalar 4.200 medidores inteligentes de energia no município de Sete Lagoas, até final do próximo ano.


A Copel, maior empresa de energia do Estado do Paraná, investirá R$ 600 milhões em projetos de rede inteligente até 2014. Jacir Carlos Paris, superintendente de Engenharia de Distribuição da companhia, afirma que o objetivo do projeto é melhorar a qualidade do fornecimento, reduzir os custos operacionais em 35%, reduzir as perdas técnicas e preparar o sistema para a geração distribuída e cargas especiais.


O maior problema enfrentado por essas empresas no País, afirmam seus representantes, é o ambiente regulatório desfavorável. Além disso, o prazo de retorno dos investimentos, estimado em quatro ou cinco anos, preocupa os investidores, já que na velocidade em que a tecnologia avança, quando os investimentos se pagarem, os equipamentos podem já estar obsoletos.

SXC
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