Os objetivos e ações da cooperação entre o Brasil e a Alemanha no segmento de inovação foram temas do primeiro workshop do Encontro Econômico, evento que reúne empresários e representantes do governo dos dois países em Frankfurt am Main, e ocorre até terça-feira (3).
Durante a reunião, os palestrantes brasileiros ressaltaram o importante papel da Sociedade alemã Fraunhofer na construção de uma atmosfera propícia ao desenvolvimento tecnológico no Brasil. A Sociedade Fraunhofer é a maior organização de pesquisa aplicada da Europa e é referência na promoção da pesquisa aplicada e da inovação. Desde janeiro desse ano, o instituto mantém uma parceria com o Brasil, visando acompanhar centros de inovação que atendem à indústria nacional.
Jefferson de Oliveira Gomes, gerente executivo de Tecnologia e Inovação do Senai – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, acredita que o País tem muito a se beneficiar da cooperação, mas enfatiza que a indústria brasileira precisa adaptar o conceito à realidade local. “Nós acreditamos e nos inspiramos muito no modelo Fraunhofer, mas temos uma cadência e necessidades muito distintas no Brasil”, disse.
O secretário nacional do Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, Álvaro Toubes Prata, também acredita que é preciso aproximar o conhecimento científico produzido nas universidades ao setor industrial. Para ele, só assim o Brasil será capaz de se tornar uma potência tecnológica e inovadora, como a parceira Alemanha.
Qualificação
A falta de profissionais qualificados foi mencionada como o principal obstáculo na área de pesquisa e inovação no Brasil.
“A inovação não é possível se não houver pessoal qualificado, por isso é importante investir no setor da formação de profissionais no Brasil”, apontou Kerstin Geiger, chefe do departamento de Soluções Industriais da SAP AG.
A carência de profissionais qualificados resultou no programa Ciências sem Fronteiras, lançado em 2011 pelo governo federal brasileiro. Por meio do programa de bolsas, 10 mil estudantes do País serão enviados para centros de pesquisa e universidades da Alemanha até 2014.
É importante, no entanto, que essa mão de obra qualificada retorne ao Brasil para impulsionar o desenvolvimento tecnológico da indústria nacional. “Há muitos estudantes brasileiros estudando na Alemanha. O Brasil oferece agora uma atmosfera propícia para que esses estudantes voltem pra casa”, sublinhou o executivo do Senai.