Teste com medicamento de planta transgênica é autorizado

Agências reguladoras do Reino Unido aprovaram, nesta terça-feira (19), os primeiros testes clínicos da Europa com uma planta geneticamente modificada para a produção de medicamento. A decisão diz respeito aos estudos com um tipo de anticorpo produzido em plantas de tabaco que teriam ação contra o HIV, vírus da AIDS.


Segundo o instituto de pesquisa alemão Fraunhofer, a aprovação prepara o terreno para que sejam realizados testes em seres humanos com medicamentos produzidos a partir de plantas transgênicas. Também abre as portas para futuros estudos que possibilitarão o uso da biotecnologia vegetal no tratamento de outras doenças.


Primeiramente, a pesquisa aprovada irá testar a segurança do anticorpo, que foi projetado para interromper a transmissão do vírus da AIDS entre parceiros sexuiais quando aplicado diretamente à cavidade vaginal. Se a segurança for comprovada nos 11 participantes, os pesquisadores poderão então passar a testar a eficácia do produto.


Pesquisa


O estudo faz parte do projeto “EU Framework 6 Pharma-Planta” , lançado por um consórcio de 30 parceiros acadêmicos e industriais, em 2004, com € 12 milhões em financiamento da União Europeia. O principal objetivo foi desenvolver um processo aprovado de fabricação para proteínas recombinantes em plantas farmacêuticas e realizar testes com o produto em todas as fases de produção.


As plantas de tabaco geneticamente modificadas estão sendo cultivadas em estufas de contenção no Instituto de Biologia Molecular e Ecologia Aplicada (IME) do Fraunhofer, na cidade de Aachen (Alemanha), primeiro centro de pesquisa da Europa a obter autorização para a produção desse tipo de experimento.


“Agora temos mais facilidade na Europa para a produção de medicamentos modernos com plantas transgênicas, num projeto que é único no mundo, embora tenha sido necessário muitos anos e investimentos para se estabelecer. Esta aprovação é um trampolim para a biotecnologia vegetal europeia e permitirá a criação de importantes produtos médicos “, afirma o pesquisador Rainer Fischer, coordenador do projeto Pharma-Planta e diretor do IME.

SXC
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