Com a missão de “tornar real” os projetos, que ainda só existem no computador, das próximas gerações de veículos da Volkswagen do Brasil, a área de Engenharia de Protótipos tem contado com o auxílio de uma impressora 3D à base de resina líquida e laser. Essa impressora fabrica algumas peças que vão compor os protótipos, os quais precisam representar fielmente o veículo que será lançado no futuro, inclusive funcionando, pois passarão por testes, entre os quais de durabilidade e segurança (crash).
“O protótipo é o primeiro modelo físico de um projeto de automóvel. Construí-lo é fundamental para verificar se o projeto desenvolvido pela engenharia atende às expectativas. Ao criar o protótipo físico, é possível analisar profundamente diversos aspectos, entre os quais o encaixe das peças, a fixação, montagem e possíveis interferências”, afirma o supervisor da Engenharia de Protótipos, Francisvaldo Gomes Aires.
Essa nova tecnologia revolucionou o processo de criação dos protótipos de veículos. Em poucas horas, ou mesmo minutos, o equipamento fabrica (imprime) peças em resina para o carro protótipo que simulam as reais, com os mesmos formatos e medidas, entre as quais faróis, lanternas, telas de som, revestimentos de colunas, saídas de ar do painel de instrumento, calotas, entre outras.
Antes de serem “impressas”, essas peças são projetadas no software Magics, no qual é possível verificar até o peso da peça, dimensão, partes vazadas, entre outras características. Em seguida, o projeto é enviado para a impressora 3D, a qual trabalha com uma bandeja que vai “mergulhando” no tanque de resina líquida, descendo um décimo de milímetro por vez. À medida em que a bandeja desce, o laser ultravioleta é projetado e endurece a resina, criando as peças que vão compor o protótipo.
“A impressora 3D otimizou a fabricação dos modelos protótipos. Como as peças em resina apresentam os mesmos formatos e medidas da futura peça real, é possível criar um protótipo perfeito, para que seja avaliado o projeto da engenharia, verificando se há necessidade de ajustes, antes de ir para a produção. Com a impressora 3D, conseguimos acelerar e otimizar a fabricação de peças para os protótipos, pois elas são feitas muito mais rapidamente e a um custo muito inferior do que se tivéssemos de fabricar peças idênticas às de um veículo de série, com os mesmos materiais, em quantidade reduzida. Uma peça pequena, que levaria semanas para ficar pronta, fazemos em um dia na impressora 3D”, completa Aires. As peças em resina são apenas algumas das que compõem o protótipo, o qual terá a carroceria e parte mecânica, por exemplo, feitas com os mesmos materiais de um veículo de série.
A escolha dessa tecnologia também trouxe outras vantagens. O equipamento é capaz de trabalhar 24 horas por dia, além de imprimir várias peças diferentes ao mesmo tempo. Também há ganho de qualidade e de complexidade nas peças: na impressora 3D é possível fazer detalhes que não seriam possíveis manualmente, como vazados, estilo colmeia e meio círculo. Quando a peça sai da máquina, basta lavar com álcool, fazer a pós-cura em luz ultravioleta e fazer o acabamento final.
Também são criados dispositivos, que são peças para auxiliar os colaboradores na hora de montar o protótipo: ao apoiar esses moldes sobre a carroceria, por exemplo, é possível localizar o ponto exato para instalar um pino, um logo etc. O dispositivo também é usado como molde para demarcar a área de corte em peças estampadas, por exemplo, que vão compor a carroceria do protótipo.
Foto: Divulgação Volkswagen do Brasil