Todas as pessoas que presenciaram a noite do dia 9 de novembro de 1989 ainda têm nítidas as famosas cenas da coletiva de imprensa de Günter Schabowski, dos berlinenses do leste forçando a abertura da fronteira da Bornholmer Strasse e do povo aplaudindo em cima do muro, tomado de alegria e lágrimas nos olhos.
Nem mesmo o Partido Socialista Unitário da Alemanha esperava que a queda do Muro de Berlim acontecesse tão cedo. Schabowski, membro do partido, havia convocado uma coletiva de imprensa, transmitida ao vivo pela televisão, apenas para anunciar um novo regulamento de viagem. Quando questionado sobre quando estas mudanças entrariam em vigor, o político respondeu "imediatamente, sem demora". Esta resposta provocou uma incontrolável corrida dos berlinenses em direção ao Muro.
A queda do Muro de Berlim foi o primeiro destaque da revolução pacífica na Alemanha Oriental, que tinha começado no verão. A partir dos protestos de alguns ativistas dos direitos civis contra uma fraude eleitoral ocorrida nas eleições municipais, em junho, criou-se um movimento que desejava o fim da ditadura da RDA (República Democrática Alemã). Também a fuga de milhares de alemães pelas fronteiras húngaro-austríaca e pelas embaixadas da Alemanha Ocidental em outros Estados do leste voltava a atenção de todo o mundo para as violações dos direitos humanos e abusos que ocorriam na República Oriental. A reunificação oficial do território alemão aconteceria no dia 3 de outubro de 1990.